Universo: teoria desafia Big Bang e sugere que o universo nasceu dentro de um buraco negro em um cosmos maior (Nasa/divulgação/Getty Images)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 9 de junho de 2025 às 12h54.
Última atualização em 9 de junho de 2025 às 13h05.
O Universo pode não ter surgido do Big Bang, mas dentro de um buraco negro em um Universo maior — essa é uma hipótese intrigante que desafia o modelo cosmológico predominante.
Tradicionalmente, a teoria do Big Bang, amplamente aceita e fundamentada em evidências como a radiação cósmica de fundo em micro-ondas e a expansão do Universo observada pelo desvio para o vermelho das galáxias, explica que o cosmos teve início há cerca de 13,8 bilhões de anos a partir de um estado extremamente quente e denso.
No entanto, algumas teorias alternativas buscam responder a questões que permanecem sem solução no modelo padrão, como a singularidade inicial, a natureza da matéria escura e a planicidade do Universo.
Entre elas, destaca-se a hipótese da “seleção cosmológica natural”, proposta pelo físico Lee Smolin, que sugere que nosso Universo teria nascido dentro de um buraco negro existente em um Universo “pai” maior.
Essa ideia parte do princípio de que buracos negros podem dar origem a novos universos, semelhantes a um processo de reprodução natural, onde cada “Universo-filho” carrega características herdadas do “Universo-pai”.
Essa visão amplia a noção de singularidade — ponto de densidade infinita que marca o início do Big Bang — para um cenário em que a origem do nosso Universo está dentro de uma estrutura cósmica maior, um buraco negro.
Assim, o Big Bang não seria o começo absoluto de tudo, mas um evento interno a um Universo maior, que pode estar em um ciclo contínuo de nascimento e morte de universos.
Essa ideia dialoga com outras teorias que tentam conciliar a relatividade geral com a mecânica quântica, como a gravidade quântica em loop, que também propõe ciclos de expansão e contração do Universo.
Além disso, modelos como a “cosmologia saltitante” sugerem que o Universo passa por ciclos de expansão e contração, evitando a singularidade inicial e explicando problemas como a planicidade observada atualmente.
Esses ciclos poderiam envolver fases em que buracos negros primordiais se formam e influenciam a dinâmica do cosmos, reforçando a possibilidade de que nosso Universo seja apenas uma “bolha” dentro de uma estrutura maior.
Embora essas teorias ainda estejam em desenvolvimento e careçam de evidências observacionais diretas, elas oferecem perspectivas fascinantes para a origem e evolução do cosmos, complementando e desafiando a teoria do Big Bang, que permanece a explicação mais aceita até hoje.
Futuras descobertas, como a detecção de ondas gravitacionais estocásticas, poderão ajudar a validar ou refutar essas hipóteses, abrindo caminho para uma compreensão mais profunda do Universo e de sua possível “ancestralidade” cósmica.