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Brasil avança no uso de germoplasma e fortalece melhoramento genético

Parceria com a China impulsiona intercâmbio de germoplasma, beneficiando culturas como milho, soja e cana-de-açúcar

China2Brazil
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Agência

Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 15h27.

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No ano de 2024, o Brasil fortaleceu sua posição como um dos líderes globais na conservação e uso de germoplasma, especialmente no que diz respeito ao milho. A preservação de germoplasma, que compreende a conservação de material genético de plantas, tem sido essencial para a agricultura moderna, permitindo o melhoramento genético de culturas e a adaptação às mudanças climáticas.

No ano passado, o uso de germoplasma em programas de melhoramento no Brasil, com destaque para o milho, avançou significativamente.

Intercâmbio de germoplasma entre Brasil e China

O intercâmbio de germoplasma é um exemplo notável de cooperação internacional para o desenvolvimento agrícola entre o Brasil e a China. Esse tema ganhou destaque com a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil, em novembro de 2024, quando foi assinado um memorando de entendimento em biotecnologia, com foco em culturas estratégicas como soja, milho e cana-de-açúcar. O acordo prevê o uso de biotecnologia para melhoramento genético e a expansão de biopesticidas.

Com a crescente demanda por culturas mais produtivas e resistentes, o papel de instituições como a Embrapa tornou-se ainda mais relevante. A Embrapa e instituições chinesas têm trabalhado juntas para promover a troca de recursos genéticos, particularmente no campo do milho, visando a adaptação de cultivares.

Em 2024, o Brasil exportou várias amostras de germoplasma de milho para a China, com o objetivo de apoiar pesquisas em melhoramento genético e contribuir para a segurança alimentar chinesa.

Importação e exportação de germoplasma

A exportação de germoplasma é uma prática comum realizada pela Embrapa, especialmente por meio de seu Banco Ativo de Germoplasma de Milho (BAG Milho). Essas exportações são rigorosamente regulamentadas, com os acessos de germoplasma sendo distribuídos conforme as políticas de segurança biológica e os acordos de transferência de material (MTA).

Isso garante que os recursos genéticos sejam utilizados de maneira responsável e para fins de pesquisa, conservação e desenvolvimento agrícola.

A China enfrenta desafios semelhantes ao Brasil, como a necessidade de variedades de milho adaptadas a estresse hídrico e resistentes a pragas. As exportações para a China seguem as diretrizes internacionais e os acordos de transferência de material (MTA), que especificam o uso e os direitos sobre o germoplasma. [Esses acordos garantem que o material genético brasileiro seja utilizado exclusivamente para pesquisa e desenvolvimento.]

O Brasil também importa germoplasma de milho da China, que possui uma vasta coleção de variedades de milho. Essas variedades são de grande interesse para o Brasil, onde as condições de cultivo variam significativamente entre regiões.

A importação de germoplasma chinês permite à Embrapa incorporar novas características genéticas em seus programas de melhoramento, incluindo resistência a estresses ambientais e novas pragas, contribuindo para a resiliência das cultivares brasileiras.

Crédito: João Luiz

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