Buraco negro: HLX-1 pode preencher lacuna entre os tipos estelar e supermassivo (Universidade Nacional Australiana/SXS/EFE)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 10h30.
Astrônomos flagraram um raro buraco negro de massa intermediária em plena ação enquanto devorava uma estrela — um espetáculo cósmico a 450 milhões de anos-luz da Terra que pode ajudar a desvendar a origem dos buracos negros supermassivos.
A descoberta, publicada no The Astrophysical Journal, joga luz sobre um tipo de buraco negro quase invisível, que pode ser a peça-chave na formação dos gigantes do universo.
Profundamente diferentes dos buracos negros mais comuns — os de massa estelar, com até 100 vezes a massa do Sol, e os supermassivos, com milhões ou bilhões de massas solares — os buracos negros intermediários, como o da observação, têm massa entre 1.000 e 10.000 vezes a do Sol e são muito difíceis de detectar.
Esses objetos preenchem uma lacuna crítica no entendimento da evolução dos buracos negros no universo.O objeto, chamado HLX-1, foi identificado pela primeira vez em 2009 graças à emissão intensa de raios X, que aumentou cerca de 100 vezes até 2012 e diminuiu gradualmente até 2023.
Localizado a aproximadamente 40 mil anos-luz do centro da galáxia NGC 6099, HLX-1 está em uma região cheia de estrelas, o que pode explicar seu “alimento” cósmico e sua intensa luminosidade.
Ainda não está claro se ele devorou a estrela em um único evento ou se a estrela orbita o buraco negro, sendo consumida gradualmente. A dúvida é se estamos diante de um evento catastrófico ou de um processo cíclico de alimentação cósmica.
Essa descoberta é importante porque preenche uma lacuna observacional significativa: existem poucos registros confirmados de buracos negros entre 100 e 1 milhão de massas solares, o que dificulta entender como os supermassivos se formam.
Uma teoria sugere que esses gigantes evoluem a partir da fusão e crescimento dos buracos negros intermediários.
Os cientistas continuarão monitorando o HLX-1 para saber se esse processo de alimentação ocorre em ciclos ou se a atividade está chegando ao fim. Vídeos e imagens feitos por telescópios como o Hubble e o Chandra revelam detalhes raros e impressionantes do fenômeno.