Ciência

Buraco negro raro é registrado devorando estrela; veja vídeo

HLX-1 tem massa entre 1.000 e 10.000 sóis e pode ajudar a entender a formação de buracos negros supermassivos

Buraco negro: HLX-1 pode preencher lacuna entre os tipos estelar e supermassivo (Universidade Nacional Australiana/SXS/EFE)

Buraco negro: HLX-1 pode preencher lacuna entre os tipos estelar e supermassivo (Universidade Nacional Australiana/SXS/EFE)

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 10h30.

Astrônomos flagraram um raro buraco negro de massa intermediária em plena ação enquanto devorava uma estrela — um espetáculo cósmico a 450 milhões de anos-luz da Terra que pode ajudar a desvendar a origem dos buracos negros supermassivos.

A descoberta, publicada no The Astrophysical Journal, joga luz sobre um tipo de buraco negro quase invisível, que pode ser a peça-chave na formação dos gigantes do universo.

Entre o estelar e o supermassivo

Profundamente diferentes dos buracos negros mais comuns — os de massa estelar, com até 100 vezes a massa do Sol, e os supermassivos, com milhões ou bilhões de massas solares — os buracos negros intermediários, como o da observação, têm massa entre 1.000 e 10.000 vezes a do Sol e são muito difíceis de detectar.

Esses objetos preenchem uma lacuna crítica no entendimento da evolução dos buracos negros no universo.

Um "monstro" escondido entre as estrelas

O objeto, chamado HLX-1, foi identificado pela primeira vez em 2009 graças à emissão intensa de raios X, que aumentou cerca de 100 vezes até 2012 e diminuiu gradualmente até 2023.

Localizado a aproximadamente 40 mil anos-luz do centro da galáxia NGC 6099, HLX-1 está em uma região cheia de estrelas, o que pode explicar seu “alimento” cósmico e sua intensa luminosidade.

Ainda não está claro se ele devorou a estrela em um único evento ou se a estrela orbita o buraco negro, sendo consumida gradualmente. A dúvida é se estamos diante de um evento catastrófico ou de um processo cíclico de alimentação cósmica.

Peça-chave para entender os gigantes

Essa descoberta é importante porque preenche uma lacuna observacional significativa: existem poucos registros confirmados de buracos negros entre 100 e 1 milhão de massas solares, o que dificulta entender como os supermassivos se formam.

Uma teoria sugere que esses gigantes evoluem a partir da fusão e crescimento dos buracos negros intermediários.

Os cientistas continuarão monitorando o HLX-1 para saber se esse processo de alimentação ocorre em ciclos ou se a atividade está chegando ao fim. Vídeos e imagens feitos por telescópios como o Hubble e o Chandra revelam detalhes raros e impressionantes do fenômeno.

Veja vídeo:

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