Tesseract: cubo é o responsável pelos wormholes no MCU (Disney/Reprodução)
Repórter
Publicado em 19 de maio de 2025 às 09h55.
Na primeira batalha épica de Os Vingadores, um buraco de minhoca se abre em pleno céu de Nova York.
É tudo culpa do Tesseract. Esse cubo cósmico brilha muito e pode rasgar o espaço-tempo. Assim, ele traz alienígenas para a Terra.
Em Thor: Ragnarok, portais surgem do nada. Eles transportam o herói rapidamente por planetas distantes — quase como um Uber intergaláctico.
Na ficção, esses atalhos cósmicos são chamados de buracos de minhoca — ou wormholes. Mas será que a ciência realmente leva essa história a sério?
A resposta é: sim. Até demais.
Na vida real, buracos de minhoca são tratados com seriedade por físicos teóricos.
A ideia veio como uma solução das equações de campo de Albert Einstein, a mesma base que explica a gravidade.
A teoria mostra a gravidade como a curvatura do espaço-tempo. Se o universo pode ser curvado, então talvez seja possível dobrá-lo a ponto de conectar dois pontos distantes por um túnel.
O físico Ron Gamble, em entrevista à NPR, fez uma analogia para explicar como eles funcionam.
“É como pegar o metrô. Você entra na Penn Station e sai na Grand Central. O que acontece entre um ponto e outro é o buraco de minhoca. Ele passa por uma espécie de hiperespaço, uma dimensão além das quatro que conhecemos", disse.
A ciência não descarta a existência desses túneis.
Os modelos matemáticos funcionam, mas mantê-los abertos exige algo que ainda não conhecemos: matéria exótica com energia negativa. Esse tipo de material nunca foi observado, mas seria necessário para impedir que o túnel colapse.
Mesmo assim, os estudos avançam.
Em 2023, uma simulação mostrou que buracos de minhoca instáveis poderiam durar o bastante para que sondas enviassem sinais antes de colapsar. E o melhor: isso sem precisar de "matéria fantasma".
A má notícia? Nada de viagens seguras para outras galáxias — pelo menos por enquanto.
Estudos da RUDN University, na Rússia, modelaram buracos de minhoca em um universo em expansão — como o nosso.
Eles mostraram que fótons podem atravessar túneis espaciais em certas condições teóricas. Isso inclui efeitos de campos eletromagnéticos e da constante cosmológica.
Outras linhas de pesquisa tentam unir buracos de minhoca à física quântica. Cientistas usam o modelo minisuperspace para estudar conexões entre universos. Eles analisam isso em escalas subatômicas.
Aqui é onde aparecem as pontes de Einstein-Rosen — os portais que Hollywood adora mostrar com redemoinhos coloridos.
De volta à ficção? Nem tanto.
Ron Gamble acredita que, se um buraco de minhoca real for encontrado, isso pode ser ainda mais interessante. “Se acharmos um, é provável que alguém o tenha criado", afirmou.
A implicação? Civilizações avançadas, engenharia cósmica — ou, quem sabe, o próprio Tony Stark numa realidade paralela.
Por enquanto, buracos de minhoca são apenas teóricos. Mas ainda valem o esforço intelectual. Afinal, estudar essas possibilidades pode nos levar a descobrir mais sobre os 95% do universo que ainda não conseguimos entender.