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Publicado em 4 de agosto de 2025 às 11h26.
Última atualização em 4 de agosto de 2025 às 11h31.
A relação entre humanos e cães vem sendo estudada há décadas, mas novas evidências científicas indicam que os efeitos vão muito além do conforto emocional.
Pesquisadores do Instituto de Conexão Humano-Animal da Universidade de Denver descobriram que a presença de cães — durante situações de pressão — ativa simultaneamente dois eixos biológicos reguladores do estresse.
Segundo uma reportagem do Popular Science, o estudo submeteu os adultos participantes a um teste clássico de estresse, com apenas uma parte estando acompanhada de seus cães. Durante a pesquisa, os cientistas analisaram dois indicadores: o cortisol, relacionado ao eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal), e a enzima alfa-amilase, associada ao eixo SAM (simpatoadrenal medular).
Os resultados apontaram que os donos de cães apresentaram resposta moderada de cortisol e ativação saudável de alfa-amilase, uma combinação considerada ideal para lidar com desafios momentâneos sem gerar sobrecarga ao organismo.
Em contrapartida, quem passou pela experiência sem o animal teve uma resposta hormonal desequilibrada: o cortisol subiu mais e a enzima alfa-amilase ficou praticamente inativa — um padrão associado a estresse crônico ou desregulação do sistema nervoso.
A pesquisa amplia a compreensão do papel terapêutico dos cães, inclusive em contextos clínicos. Outros estudos já mostraram que donos de cães têm risco de morte 24% menor e maior sobrevida após infartos, o que reforça os potenciais efeitos preventivos da convivência com animais.
Com base nesses achados, a equipe responsável iniciou um projeto com ex-militares acompanhados por cães de serviço, focando em biomarcadores relacionados ao transtorno de estresse pós-traumático.
A convivência com cães, de acordo com o estudo, pode se tornar uma ferramenta acessível e biológica no combate aos efeitos do estresse cotidiano e às doenças associadas a ele.