(MARK GARLICK/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 11 de março de 2025 às 11h55.
Última atualização em 11 de março de 2025 às 12h03.
A busca por vida em Marte pode ter dado um passo importante. Um estudo recente revelou indícios de água líquida sob a crosta marciana, o que pode significar que microrganismos ainda sobrevivem no subsolo do planeta.
A descoberta foi feita com base em dados sísmicos coletados pela sonda InSight, da Nasa, que detectou anomalias subterrâneas a profundidades de 10 a 20 quilômetros. Os cientistas acreditam que essas discontinuidades sísmicas podem representar fissuras preenchidas por água, desafiando a ideia de que Marte é um deserto completamente seco.
“Estudos indicam a presença de água em Marte há bilhões de anos, mas nossos modelos mostram que pode haver água líquida no presente”, afirmou Ikuo Katayama, cientista planetário da Universidade de Hiroshima e coautor da pesquisa.
Se confirmada, essa descoberta mudaria o rumo da exploração espacial, incentivando novas missões para investigar se essa água abriga vida microbiana.
Enquanto as evidências apontam para água subterrânea em Marte, outra pesquisa sugere que a circulação atmosférica do planeta funciona de forma completamente diferente da terrestre.
Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Tóquio descobriu que ondas gravitacionais atmosféricas têm um impacto crucial na movimentação do ar no planeta. Diferentemente da Terra, onde as ondas de Rossby dominam a circulação da estratosfera, Marte apresenta um padrão atmosférico singular.
As ondas gravitacionais atmosféricas ocorrem quando pacotes de ar oscilam verticalmente devido a variações de flutuabilidade. Até então, a influência dessas ondas na atmosfera marciana não era bem compreendida.
Ao analisar dados do Ensemble Mars Atmosphere Reanalysis System (EMARS), os pesquisadores identificaram que essas ondas aceleram a transferência de momento angular, influenciando a circulação de ar entre os polos e o equador.
"Isso se parece mais com o comportamento da mesosfera terrestre do que com a estratosfera, o que sugere que os modelos climáticos de Marte precisam ser ajustados", explicou Anzu Asumi, uma das autoras do estudo.
Essas descobertas reforçam a necessidade de revisões nos modelos atmosféricos de Marte, especialmente para prever como tempestades de poeira massivas podem alterar a circulação do ar no planeta.
"Até agora, analisamos períodos sem grandes tempestades, mas acreditamos que esses eventos podem amplificar o papel das ondas gravitacionais", afirmou Kaoru Sato, líder da pesquisa.