Ciência

De k-pop a 'k-Moon': Coreia do Sul entra na corrida espacial e mira a Lua

País asiático já tem sonda em operação e planeja módulo lunar próprio, foguete nacional e até missão a Marte

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 23 de julho de 2025 às 09h17.

A Coreia do Sul entrou oficialmente na corrida espacial moderna e planeja construir uma base na Lua até 2045. O anúncio foi feito pela recém-criada agência espacial do país, a KASA, durante reunião pública realizada na última semana. 

Segundo uma reportagem da Wired, o plano diretor da KASA prevê cinco frentes principais de atuação: exploração da órbita terrestre baixa, estudos em microgravidade, missões lunares, ciência solar e pesquisas espaciais. A imprensa local, The Korean Times, afirmou que o roteiro inclui o desenvolvimento de um novo módulo de pouso até 2040 e a construção de uma base na superfície lunar nos cinco anos seguintes.

Exploração espacial coreana não é novidade

Apesar da novidade, considerando que a KASA foi criada em maio de 2024, a Coreia do Sul já tem experiência em exploração lunar. Em 2022, o país lançou sua primeira sonda, Danuri, a bordo de um foguete da SpaceX. A nave chegou à órbita lunar no mesmo ano e segue em operação, estudando os recursos naturais do satélite e testando tecnologias para futuras missões.

Esses testes fazem parte da primeira fase do Programa Coreano de Exploração Lunar. A segunda etapa está prevista para 2032 e inclui o envio de um novo orbitador, um módulo robótico e um pequeno rover de 20 kg. Todos devem ser lançados a partir do Centro Espacial Naro, na costa sul do país, usando o foguete KSLV-III, que ainda está em desenvolvimento.

Para preparar as futuras missões, o Instituto Coreano de Geociências e Recursos Minerais já vem testando rovers em minas de carvão abandonadas, simulando ambientes similares ao solo lunar.

KASA é a nova Nasa?

A KASA foi criada nos moldes da Nasa americana e passou a comandar órgãos já consolidados, como o Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia (KARI) e o Instituto de Astronomia e Ciências Espaciais. O objetivo é colocar o país entre os cinco mais avançados na exploração espacial, com forte apoio do setor privado.

Além da Lua, os planos incluem uma missão a Marte em 2045 e o lançamento de um satélite de observação solar no ponto de Lagrange L4 até 2035 - posição espacial estratégica entre as órbitas da Terra e do Sol.

A Coreia do Sul se junta a outros países asiáticos com projetos lunares de longo prazo. A China, em parceria com a Rússia, quer sua própria base na Lua até 2045. A Índia também definiu como meta instalar uma base até 2047. Já os Estados Unidos apostam no programa Artemis, que busca estabelecer presença permanente na Lua até o fim da década - embora o projeto enfrente incertezas políticas.

Com um cronograma ousado e metas de médio e longo prazo, a Coreia do Sul busca transformar sua presença orbital em protagonismo lunar.

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