Ciência

'Estar no controle' pode ser o segredo para envelhecer com menos estresse, diz pesquisa

Estudo feito por universidades americanas mostra que a sensação de controle sobre os próprios problemas aumenta a chance de resolvê-los e esse efeito cresce com a idade

Pesquisa revela: sensação de controle pode reduzir níveis de estresse (Getty Images)

Pesquisa revela: sensação de controle pode reduzir níveis de estresse (Getty Images)

Publicado em 21 de outubro de 2025 às 17h14.

A sensação de estar no controle ajuda a reduzir os níveis de estresse, principalmente conforme envelhecemos.

Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pelas universidades de diversos estados dos EUA, incluindo Califórnia, Pennsylvania, Utah, Dakota do Sul e Arizona. O estudo foi publicado pela Nature Communications. 

O objetivo da pesquisa era entender como a sensação de "controle percebido", ou seja, a crença que as próprias ações podem influenciar resultados, se relaciona com a taxa de redução de estresse diários, como discussões ou problemas de trabalho, ao longo de uma década da vida adulta. 

Resolução de estresses diários 

Os cientistas utilizaram dados do Estudo Nacional de Experiências Diárias dos EUA, que entrevistou cerca de 1.700 adultos em 2005 e depois em 2015. 

Foram realizados questionamentos por telefone durante oito dias seguidos nos dois períodos. Os cientistas coletaram relatos diários sobre a ocorrência de estresses, se foram resolvidos e a sensação de controle percebido. 

Os resultados mostraram que, em dias com maior sensação de controle percebido, a taxa de resolução de estresses individuais foi de 66%. Já a taxa de resolução para estresses que envolviam outras pessoas foi de 92%.

Os dados também revelaram que em 2015 a probabilidade de resolução era 89% maior em dias com maior controle, contra 56% em 2005.

Perfil dos resultados

As respostas foram divididas por idade, gênero, raça, escolaridade e condições socioeconômicas. 

Os entrevistados com ensino superior apresentaram maior percepção de controle. Já mulheres e pessoas não brancas tendem a relatar níveis menores de controle.

Entretanto, os próprios pesquisadores alertaram que a amostra utilizada foi predominantemente de pessoas brancas e de nível socioeconômico mais alto, o que pode limitar os resultados.

Ainda assim, os cientistas enfatizam que, segundo os dados coletados, a percepção de controle sobre estresses diários aumenta significativamente a probabilidade de resolvê-los.

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