Ciência

Fim do mundo pode estar mais próximo do que o imaginado. E Stephen Hawking já sabia disso

Revisão drástica se baseia em novas observações sobre a física de buracos negros, tema central na obra do renomado físico teórico, Stephen Hawking

Planeta Terra (James Cawley/Getty Images)

Planeta Terra (James Cawley/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 16 de maio de 2025 às 10h04.

Até pouco tempo, as previsões sobre o fim do mundo usavam modelos que diziam que ele ainda ia se expandir. Esse período cósmico era muito longo: cerca de 10¹¹⁰⁰ anos, um número com muitos zeros.

Um estudo recente traz uma nova visão. Ele sugere que a "morte" do mundo pode ocorrer mais cedo do que se pensava antes.

Um estudo na Journal of Cosmology and Astroparticle Physics afirma que as últimas estrelas do universo podem se desintegrar em apenas 10⁷⁸ anos. Isso é um número com 78 zeros.

Essa revisão drástica se baseia em novas observações sobre a física de buracos negros, um tema central na obra do renomado físico teórico, Stephen Hawking.

Em 1975, Hawking revolucionou a astrofísica ao sugerir que as partículas poderiam, de fato, "escapar" de sua atração gravitacional. A teoria ia de contra à de Einstein, que acreditava que nada poderia escapar de um buraco negro.

O que é a 'radiação de Hawking'?

Nesse fenômeno, perto do horizonte de eventos de um buraco negro, uma partícula de uma "parelha de partículas" pode ser engolida pelo buraco negro. A outra partícula é ejetada para o espaço.

Esse fenômeno faz o buraco negro evaporar devagar. Com o passar de um tempo imenso, ele pode acabar desaparecendo.

Com base nesse conceito, cientistas agora calculam que, considerando a radiação de Hawking, estrelas anãs brancas, que são algumas das mais persistentes e estáveis, podem se desintegrar em apenas 10⁷⁸ anos. O impacto dessa descoberta foi profundo, pois coloca a "morte" do universo muito antes do que os cálculos anteriores indicavam.

“Felizmente, ainda estamos falando de um tempo muito distante”, afirmou Heino Falcke, líder do estudo e professor na Universidade Radboud, na Holanda.

O estudo se concentra em estrelas como as anãs brancas. Mas a radiação de Hawking também afeta outros corpos celestes. Isso inclui estrelas de nêutrons e buracos negros.

Surpreendentemente, buracos negros e estrelas de nêutrons evaporam com a mesma velocidade. Isso acontece apesar de seus campos gravitacionais serem muito mais fortes. A taxa de evaporação é de cerca de 10⁶⁷ anos.

Buracos negros, ao contrário do que se pensa, "reabsorvem" parte da radiação que emitem. Isso faz com que o processo de desintegração fique mais lento.

Quando o 'mundo vai acabar'?

Entre os cálculos mais curiosos feitos pelos pesquisadores, está o tempo necessário para que o corpo humano se "evapore" devido à radiação de Hawking. A previsão? Cerca de 10⁹⁰ anos, desde que não ocorram outros fatores externos, como a destruição do planeta pela explosão do sol.

O tempo imenso nos coloca em uma posição estranha no universo. Nós, aparentemente, temos mais tempo para viver do que o próprio cosmos.

O estudo oferece novas ideias sobre a "morte" do universo. Esse conceito pode ser revisto com o progresso da ciência. No entanto, essa descoberta levanta a reflexão sobre o tempo, a vida e a própria existência humana.

O trabalho de Hawking mudou como entendemos a radiação de buracos negros. Sua teoria influencia muitos cientistas até hoje. Agora, novos cálculos podem até mudar o destino do universo.

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