Estagiária de jornalismo
Publicado em 25 de abril de 2025 às 15h25.
Última atualização em 25 de abril de 2025 às 15h26.
Um fóssil de formiga de 113 milhões de anos, encontrado na Formação Crato, no Nordeste do Brasil, se tornou o mais antigo já registrado no mundo.
A espécie foi batizada de Vulcanidris cratensis e pertence à subfamília extinta Haidomyrmecinae, conhecida como "formigas do inferno", devido às suas mandíbulas e aparência peculiar.
O fóssil, preservado em rocha calcária, representa a primeira evidência dessa subfamília em pedra, ampliando o conhecimento sobre a evolução dessas formigas. Antes dessa descoberta, registros desse tipo de inseto eram limitados a fósseis encontrados em âmbar na França e em Myanmar.
As mandíbulas da Vulcanidris cratensis são voltadas para cima e acompanhadas por uma projeção facial, sugerindo que essas formigas possuíam estratégias de caça sofisticadas e muito diferentes das formigas modernas.
Essa característica é uma das mais marcantes da subfamília Haidomyrmecinae e reflete adaptações especializadas para predadores.
A descoberta também indica que essas formigas estavam presentes globalmente no período Cretáceo, incluindo o hemisfério sul, o que altera a compreensão sobre a dispersão e evolução precoce desses insetos.O fóssil foi encontrado no município de Crato, no estado do Ceará, e está atualmente na coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.
A pesquisa sobre a descoberta foi publicada na prestigiada revista Current Biology e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Com a descoberta, a linha do tempo da evolução das formigas é estendida em 13 milhões de anos, fornecendo novas informações sobre o passado desses insetos.