Ciência

Harvard pagou apenas US$ 27 por arquivo histórico que inspirou a Constituição dos EUA

Pesquisadores confirmam autenticidade de manuscrito histórico, reforçando a importância da preservação de documentos medievais

Universidade de Harvard (Maddie Meyer/Getty Images)

Universidade de Harvard (Maddie Meyer/Getty Images)

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 16 de maio de 2025 às 14h15.

Em 1946, a Universidade de Harvard comprou um manuscrito que, na época, foi considerado uma cópia comum da Magna Carta por apenas US$ 27,50. No entanto, uma descoberta recente feita por pesquisadores britânicos revelou algo inusitado.

Esse documento é, na verdade, um exemplar original datado de 1300. Com isso, aumenta para sete o número de cópias desse importante texto medieval.

Como foi feita a descoberta da autenticidade

A descoberta foi liderada pelo professor David Carpenter, do King's College London, que ao examinar imagens digitais da biblioteca da Faculdade de Direito de Harvard identificou características que indicavam a autenticidade do manuscrito.

Em parceria com o professor Nicholas Vincent, da Universidade de East Anglia, foram utilizadas técnicas avançadas para confirmar que o documento corresponde a uma das versões originais da Carta Magna.

Importância histórica da Magna Carta

A Magna Carta, documento histórico assinado pelo Rei João, da Inglaterra, em 1215, é um marco fundamental na história dos direitos humanos.

Isso porque estabeleceu o princípio de que nenhum monarca está acima da lei. O manuscrito ainda influenciou documentos como a Constituição dos Estados Unidos.

Entre suas cláusulas mais famosas está a garantia de que "nenhum homem livre será detido ou aprisionado, exceto pelo julgamento legal de seus pares".

Origem e valor do manuscrito

O manuscrito comprado pela Universidade de Harvard foi comprado de um negociante de livros jurídicos que o obteve de um piloto da Primeira Guerra Mundial.

Vincent acredita que o documento pode ser uma Magna Carta perdida que foi emitida para o antigo distrito parlamentar de Appleby-in-Westmorland, no norte da Inglaterra, e que foi mencionada pela última vez em publicação de 1762.

Apesar de seu valor histórico, o documento permaneceu esquecido por quase 80 anos.

Embora o valor financeiro do manuscrito seja imenso — uma cópia da Magna Carta datada de 1297 foi vendida em 2007 por US$ 21,3 milhões (aproximadamente R$ 120 milhões). — Harvard ainda não decidiu se irá expor o documento ao público.

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