Em uma notícia que parece saída diretamente do universo de Game of Thrones, a Colossal Biosciences anunciou a criação de filhotes de lobos gigantes, conhecidos por suas aparições na famosa série de TV.
Esses novos lobos, batizados de Romulus e Remus, são uma recriação de uma espécie extinta há cerca de 13.000 anos. Os filhotes estão sendo cuidadosamente criados em um ambiente protegido, que permanece em sigilo.
Este feito inovador faz parte do audacioso projeto de "de-extinção" da Colossal, que utiliza tecnologia de edição genética para reverter o processo de extinção de animais.
A empresa modificou o DNA de animais modernos para incorporar características dos lobos gigantes originais, baseando-se em fragmentos de DNA extraídos de fósseis, incluindo um dente de 13.000 anos e um crânio de 72.000 anos.
Além de representar um avanço na ciência, o projeto tem grande valor simbólico. Para enfatizar a conexão com a cultura pop, a Colossal fez questão de incluir uma sessão fotográfica dos filhotes no icônico Trono de Ferro, algo que imediatamente remete aos fãs de Game of Thrones. A ideia é destacar a magia da ciência.
George R. R. Martin, autor de Game of Thrones, também comentou sobre o impacto histórico dos lobos gigantes, segundo a People: “Embora muitos considerem essas criaturas como mitológicas, elas realmente desempenharam um papel crucial no equilíbrio ecológico da América, muito antes de se tornarem parte de uma fantasia popular."
O projeto é um passo além das iniciativas anteriores da Colossal, como a criação de um "camundongo lanoso", e estabelece um novo marco em seus esforços para trazer de volta espécies extintas, com o mamute lanoso sendo a próxima grande meta da empresa. O futuro da conservação genética está apenas começando, e os lobos gigantes são uma prova de que a ciência pode desafiar os limites da extinção.
Como é usada a tecnologia?
A Colossal Biosciences está transformando a ciência da conservação com uma abordagem inovadora para a desextinção de espécies.
Embora não esteja focada em lobos gigantes, como alguns imaginavam, a empresa está dando passos significativos no uso de tecnologias de ponta para reverter a extinção de espécies como o mamute lanoso, o dodô e o tilacino (também conhecido como tigre-da-Tasmânia).
A chave para o trabalho da Colossal está na engenharia genética, que permite a modificação do DNA de espécies vivas para que elas possuam características das espécies extintas.
Por exemplo, para recriar o mamute lanoso, a empresa está modificando o DNA do elefante asiático para que ele adquira as características de seus ancestrais, como o pelo espesso e a adaptação ao frio.
Da mesma forma, para o tilacino, é o dunnart de cauda gorda (um marsupial nativo da Austrália) que serve como base para a modificação genética, permitindo a criação de um híbrido com características do extinto tigre-da-Tasmânia.
Além disso, a Colossal utiliza inteligência artificial e modelagem computacional para processar grandes quantidades de dados genômicos.
Essas ferramentas são essenciais para prever como as modificações no DNA influenciarão o fenótipo, ou seja, as características visíveis e comportamentais dos animais criados. A modelagem computacional ajuda a simular esses efeitos de forma precisa, permitindo que os cientistas façam ajustes antes de implementarem as mudanças no genoma.
A genômica comparativa também desempenha um papel central no processo. Ao estudar as diferenças genéticas entre as espécies extintas e as suas parentes mais próximas, os pesquisadores da Colossal conseguem identificar quais genes devem ser editados para recriar uma espécie com características específicas, como o tamanho, o comportamento e a adaptação ambiental.

Objetivos da "desextinção"
O principal objetivo da Colossal com seus projetos de "desextinção" é a restauração de ecossistemas e o aumento da biodiversidade. Por exemplo, o mamute lanoso poderia ajudar a restaurar a tundra ártica, onde seu pastoreio poderia prevenir a degradação do solo e reduzir a emissão de metano, um gás de efeito estufa. Além disso, o retorno de espécies como o tilacino poderia restabelecer o equilíbrio dos predadores e presas em ecossistemas afetados pela extinção de grandes predadores.
A empresa também está aplicando suas tecnologias para preservação ambiental. Embora a recriação de espécies extintas seja o foco principal, a Colossal também está trabalhando em tecnologias de conservação para melhorar a resistência das espécies ameaçadas, tornando-as mais adaptáveis a mudanças ambientais e protegendo-as contra futuras extinções.
Embora o foco inicial da Colossal não seja a recriação de lobos gigantes, sua abordagem científica poderia ser adaptada para outras espécies no futuro. À medida que a tecnologia evolui, novas oportunidades para restaurar a biodiversidade surgirão, e as descobertas feitas pela Colossal poderão expandir os limites do que é possível na biotecnologia e na preservação ambiental.