Ciência

Maior abelha do mundo é redescoberta na Indonésia

Com envergadura de mais de seis centímetros e comprimento aproximado ao de um polegar humano, a abelha gigante de Wallace não era vista há mais de 30 anos

Raridade: biólogo Simon Robson com a abelha gigante de Wallace. (© Clay Bolt: claybolt.com/Divulgação)

Raridade: biólogo Simon Robson com a abelha gigante de Wallace. (© Clay Bolt: claybolt.com/Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 11h58.

São Paulo - Em meio aos alertas científicos sobre o declínio global das populações de insetos, um achado recente surpreendeu os entomologistas. No dia 22 de fevereiro, uma equipe de pesquisadores e conservacionistas anunciou a "redescoberta" da maior abelha do mundo.

Com uma envergadura de mais de seis centímetros e comprimento aproximado ao de um polegar humano, a abelha gigante de Wallace (Megachile pluto) não era vista desde 1981. 

Em janeiro deste ano, após cinco dias de buscas, a equipe encontrou e fotografou um membro da espécie nas Molucas, um grupo de ilhas no norte da Indonésia. O feito renova a esperança de que mais florestas da região ainda abriguem espécies muito raras.

"Diante do declínio global na diversidade de insetos, é maravilhoso descobrir que esta espécie icônica ainda existe", comemorou o professor e biólogo Simon Robson, da Universidade de Sydney, em comunicado. 

A equipe foi apoiada pela Global Wildlife Conservation, uma organização norte-americana que dirige o programa Search for Lost Species, dedicado à busca de espécies consideradas perdidas pela ciência.

A abelha gigante fêmea faz seu ninho sobre montes de cupins arbóreos. Ela tem mandíbulas grandes para coletar a resina pegajosa das árvores e proteger seu ninho de invasores.

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Seu nome é uma homenagem ao entomologista britânico Alfred Russel Wallace, que descobriu a abelha gigante explorando a ilha indonésia de Bacan, no século XIX.

Décadas passaram até a espécie ser vista novamente, em 1981, pelo pesquisador Adam Messer, que descreveu alguns de seus comportamentos, incluindo como ela usa suas mandíbulas para coletar resina e madeira para seus ninhos.

Desde então, outros cientistas procuraram a abelha, mas não tiveram a mesma sorte. Agora, os pesquisadores esperam conhecer mais a respeito desse animal raro a fim de delinear esforços para protegê-lo da extinção. É uma luta contra o tempo.

Na Indonésia, a destruição da floresta para a agricultura ameaça o habitat desta espécie e de muitas outras. Entre 2001 e 2017, a região perdeu 15% de sua cobertura florestal, de acordo com a Global Forest Watch.

A equipe já iniciou conversas com colaboradores indonésios para procurar a abelha gigante de Wallace em outros locais, com a esperança de desenvolver um plano em conjunto para fortalecer as medidas de conservação para a abelha.

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