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Mudança climática e conflitos armados aumentam fome mundial

Conflitos em nações como o Iêmen e crises econômicas como a enfrentada pela Venezuela restringiram o acesso e encareceram a comida

 (Reprodução/Youtube/Reprodução)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 15 de setembro de 2018 às 05h55.

Última atualização em 15 de setembro de 2018 às 05h55.

O número de pessoas que passam fome foi o maior em oito anos em 2017. Eventos climáticos extremos e imprevisíveis, conflitos armados e desaceleração econômica reduziram a disponibilidade de comida.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, o total de pessoas nesta situação subiu 16,6 milhões para 821 milhões, o maior desde 2009. A ONU alertou para sinais de maior insegurança alimentar e desnutrição na África e América Latina.

“A variabilidade e os extremos climáticos já prejudicam a produção de alimentos em algumas regiões”, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e quatro outras agências, divulgado na última terça-feira.

 

“Se não houver ação, a expectativa é que a situação piore à medida que as temperaturas aumentam e se tornam m

ais extremas.”

Desnutrição e insegurança alimentar severa avançaram desde 2014 em todas as partes do mundo exceto na Europa e América do Norte, segundo o relatório. A fome é significativamente mais grave em países onde a atividade agrícola é altamente sensível a secas severas, variações nas chuvas e temperaturas e onde uma parcela grande da população depende da agricultura.

Conflitos em nações como o Iêmen e crises econômicas como a enfrentada pela Venezuela restringiram o acesso e encareceram a comida.

O relatório também traz outras conclusões importantes:* Quase 151 milhões de crianças com menos de cinco anos têm baixa estatura para a idade, embora tenha havido melhora nos últimos anos.* 50 milhões de crianças não têm peso suficiente para a altura.

A obesidade entre adultos vem aumentando e afeta 672 milhões de pessoas, ou uma em oito. O problema é mais significativo na América do Norte, mas vem se intensificando na África e Ásia, onde as taxas eram as menores.

O relatório foi elaborado em parceria pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU, pelo Programa Mundial de Alimentos, pela Organização Mundial de Saúde e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância.

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