Ciência

Nasa detecta sinais enigmáticos vindos de estrela e não descarta sinal de vida alienígena

Possibilidades levantadas para a origem desses sinais vão desde objetos próximos ao telescópio, ondas de choque atmosféricas, eclipses parciais por corpos em órbita, até a influência de inteligência extraterrestre

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de maio de 2025 às 09h57.

Cientistas buscavam sinais de vida extraterrestre quando encontraram dois pulsos eletromagnéticos estranhos. Os sinais, segundo um estudo publicado na Acta Astronautica, vêm da constelação de Ursa Major, a cerca de 100 anos-luz da Terra.

Os pulsos foram captados na estrela HD 89389, ligeiramente maior e mais brilhante que o Sol, e apresentaram um padrão repetitivo, com dois flashes idênticos separados por cerca de 4,4 segundos, causando um brilho forte, seguido de escurecimento e novo brilho da estrela.

O experimento, conduzido pelo pesquisador veterano da Nasa, Richard Stanton, envolveu uma análise meticulosa que consumiu aproximadamente 1.500 horas de observação para descartar interferências causadas por aeronaves, relâmpagos, meteoros ou falhas técnicas. Nenhuma dessas causas comuns conseguiu explicar os fenômenos observados.

Os pulsos têm características únicas: o brilho da estrela diminui em torno de 25% em uma fração de segundo — algo incompatível com fenômenos conhecidos a essa distância.

Além disso, entre os dois pulsos, a intensidade e a cor da luz se mantêm constantes. Isso elimina a possibilidade de distúrbios atmosféricos ou obstáculos físicos perto do telescópio.

Curiosamente, em 2019, um evento parecido ocorreu em outra estrela, HD 217014, a 51 anos-luz. Naquela vez, o fenômeno foi atribuído a pássaros. Reanálises recentes, no entanto, mostram que as evidências não condizem com essa explicação.

As possibilidades levantadas para a origem desses sinais vão desde objetos próximos ao telescópio, ondas de choque atmosféricas, eclipses parciais por corpos em órbita, até a influência de inteligência extraterrestre.

Entre as teorias mais detalhadas está a de difração da luz estelar por uma borda opaca distante, fenômeno que pode gerar padrões de brilho e escurecimento similares aos observados.

Uma nova fronteira para a astrofísica e a busca por vida inteligente

O estudo sugere que os pulsos podem ser causados por um objeto próximo, possivelmente dentro do Sistema Solar, que atua modulando a luz da estrela sem se mover diretamente entre a estrela e o observador.

Para entender melhor o fenômeno, os pesquisadores sugerem usar telescópios sincronizados. Esses telescópios podem medir com precisão a velocidade e o formato das sombras. Assim, eles oferecem pistas sobre a distância, tamanho e forma do objeto que causa as sombras.

A abordagem, inédita na busca por sinais ópticos de civilizações extraterrestres, pode abrir caminho para uma nova técnica de detecção, complementando métodos tradicionais baseados em pulsações rápidas e espectroscopia.

Enquanto não há confirmação da origem dos pulsos, a hipótese de um contato extraterrestre ainda não pode ser descartada.

Para Stanton e sua equipe, o mistério está longe de ser solucionado, e novos dados poderão revelar mais sobre esses sinais peculiares e sobre o que há no espaço próximo à Terra.

A possibilidade de vida inteligente próxima à Terra abre caminhos inéditos para a astronomia e a astrobiologia, afirmam os autores, que destacam a necessidade de ampliar as observações com tecnologias mais avançadas e colaborativas.

Os próximos passos incluem observações com redes de telescópios que possam registrar o movimento do fenômeno e testes adicionais para eliminar outras fontes potenciais, como interferências naturais ou artificiais.

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