Descoberta sobre raios X em buracos negros revela que elétrons são os responsáveis pela emissão. (EHT Collaboration/Divulgação)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 8 de maio de 2025 às 10h22.
A Nasa, em parceria com a Agência Espacial Italiana (ASI), deu um importante passo para entender como são gerados os raios X em ambientes extremos, como os buracos negros.
Essa dúvida, que preocupava a astrofísica há décadas, recebeu uma resposta plausível graças a observações feitas pelo satélite Imaging X-ray Polarimetry Explorer (IXPE), que analisou o blazar BL Lacertae, um buraco negro supermassivo com jatos direcionados para a Terra.
Os cientistas estudavam duas hipóteses para a origem dos raios X emitidos pelos jatos dos buracos negros:
A chave para distinguir essas hipóteses estava na medição da polarização dos raios-x — ou seja, a orientação das ondas eletromagnéticas emitidas.
Raios-x altamente polarizados indicariam prótons como origem, enquanto uma polarização mais baixa sugeriria elétrons.
Após uma observação de sete dias em novembro de 2023, combinando dados do IXPE com telescópios terrestres que mediram a polarização óptica e de rádio, os cientistas concluíram que:
Essa resposta é fundamental para compreender os processos físicos que ocorrem nos jatos dos buracos negros supermassivos, que influenciam a dinâmica das galáxias e a emissão de radiação em múltiplos comprimentos de onda.
Além disso, o estudo abre caminho para investigações mais detalhadas sobre a interação entre partículas carregadas e campos magnéticos em ambientes cósmicos extremos.
A Nasa divulgou uma concepção artística que mostra o buraco negro central do BL Lacertae cercado por um disco de acreção brilhante, com jatos de elétrons quase à velocidade da luz sendo ejetados, guiados por campos magnéticos helicoidais.
Essas estruturas são observadas em rádio, óptico e raios-x, reforçando a complexidade e a beleza desses fenômenos cósmicos.