Ciência

Nova Terra? Astrônomos podem ter descoberto outro planeta do Sistema Solar

Caso confirmado, o Planeta Y será o primeiro novo integrante do Sistema Solar desde a descoberta de Netuno

Universo: estudo de Princeton sugere que um planeta distante pode estar alterando as órbitas de corpos no Cinturão de Kuiper. (Getty Images)

Universo: estudo de Princeton sugere que um planeta distante pode estar alterando as órbitas de corpos no Cinturão de Kuiper. (Getty Images)

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 07h21.

Um novo planeta do Sistema Solar pode ter sido descoberto por astrônomos da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

O estudo, publicado em 21 de agosto de 2025 na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters, sugere a existência de um corpo celeste ainda não observado diretamente, batizado provisoriamente de Planeta Y.

Segundo os pesquisadores, o planeta teria tamanho semelhante ao da Terra e orbitária o Sol muito além de Netuno, em uma região remota e gelada conhecida como Cinturão de Kuiper.

Desvios nas órbitas levantaram a suspeita

A hipótese surgiu após a análise das trajetórias de 154 objetos do Cinturão de Kuiper, área que reúne restos de gelo e rocha formados nos primórdios do Sistema Solar.

A equipe percebeu que, a partir de cerca de 80 unidades astronômicas do Sol — aproximadamente 12 bilhões de quilômetros —, as órbitas desses corpos começam a se inclinar de modo inesperado.

Essas anomalias, de acordo com os astrônomos, não podem ser explicadas pela gravidade dos planetas já conhecidos. As simulações apontam que um planeta com massa entre a de Mercúrio e a da Terra, orbitando o Sol a 100 a 200 vezes a distância da Terra, seria capaz de provocar o efeito observado.

Um corpo diferente do 'Planeta 9'

Os cientistas ressaltam que o suposto Planeta Y não é o mesmo corpo proposto na teoria do “Planeta 9”, defendida por outros estudos. Trata-se de um objeto distinto, que atuaria sobre uma área diferente do Sistema Solar.

Com inclinação orbital estimada em 15 graus, o Planeta Y teria massa suficiente para “puxar” gravitacionalmente os corpos menores ao seu redor, alterando o plano das órbitas e explicando o padrão observado no Cinturão de Kuiper.

Próximos passos na busca

Detectar o planeta, porém, ainda é um desafio. A distância extrema e o baixo brilho tornam sua observação direta impossível com os telescópios atuais. A equipe de Princeton acredita que levantamentos astronômicos futuros, como o que será conduzido pelo Observatório Vera C. Rubin, poderão confirmar ou refutar a hipótese.

Se comprovada, a descoberta marcará um feito histórico: o primeiro novo planeta identificado no Sistema Solar desde Netuno, há mais de 170 anos.

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