Ciência

Novo estado da matéria quântica intriga pesquisadores e pode mudar a tecnologia espacial

Matéria recém-identificada emite luz, resiste à radiação e pode transformar missões no espaço profundo

Um líquido que emite luz e possui alta frequência: é assim que os especialistas descrevem a descoberta (Imagem gerada por IA/Divulgação)

Um líquido que emite luz e possui alta frequência: é assim que os especialistas descrevem a descoberta (Imagem gerada por IA/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 27 de julho de 2025 às 20h19.

Uma pesquisa da Universidade da Califórnia revela um novo estado da matéria quântica nunca descoberto. A informação foi publicada no periódico Physical Review Letters.

De acordo com o artigo, esse novo estado da matéria pode levar ao desenvolvimento de uma nova era de computadores com capacidade de autocarregamento e que resistam às viagens ao espaço profundo.

Em nota, Luis Jauregui, professor de astronomia na Universidade afirmou que assim como o novo estado é semelhante a como a água pode existir em diferentes formas: vapor, líquido e gelo. “Isso só tinha sido previsto teoricamente, mas ninguém havia medido até agora”, conta.

Como é o novo estado da matéria?

Um líquido que emite luz e possui alta frequência: é assim que os especialistas descrevem a descoberta. O novo estado é composto por elétrons e suas contrapartes, chamadas de lacunas.

O que permitiu que um novo estado fosse formado é a aplicação de um campo magnético de alta tensidade de até 70 Teslas sobre o material. O efeito é 700 vezes mais forte do que em uma imã de geladeira, que equivale a 0,1 Teslas.

Além na diferença na forma, a aplicação do campo magnético ainda diminuiu a capacidade de conduzir eletricidade nesse material.

Segundo os especialistas, a descoberta é importante porque permite estudar novas formas de transmissão energética além de uma carga elétrica. Uma delas é o spin magnético, quando partículas subatômicas se comportam como algo que gira no próprio eixo.

“Isso oferece novos caminhos para tecnologia eficiente em termos de energia, como eletrônica baseada em spin e dispositivos quânticos”, afirma Jinyu Liuy, pesquisador do pós-doutorado da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo.

Diferenças entre outras matérias

A nova descoberta também se diferencia das demais matérias por não ser afetada pela radiação, o que é um bom indicativo para viagens espaciais.

“A descoberta pode ser útil para formular computadores espaciais que durem”, explica Jauregui, conectando a descoberta com as próximas missões espaciais.

Acompanhe tudo sobre:Química (ciência)AstronomiaCalifórniaFísicaPesquisa

Mais de Ciência

'Porta do inferno': entenda o que é a cratera que queima há 50 anos

Marte e Lua formam espetáculo no céu que será visível da Terra nesta segunda-feira, 28

Orcas são flagradas criando ferramentas para cuidar da pele e fazer massagens; veja vídeo

Os planetas nasceram ao mesmo tempo? Meteorito de 4,5 bilhões de anos e 50 gramas sugere que sim