A China foi o primeiro país a pousar uma nave na face oculta da Lua,
Redação Exame
Publicado em 18 de agosto de 2025 às 16h36.
Durante uma audiência sobre orçamento nos Estados Unidos, o ex-administrador da NASA, Bill Nelson, afirmou que “não sabemos o que há no lado oculto da Lua”. A declaração, feita em 17 de abril, viralizou nas redes sociais dias depois — e reacendeu um debate antigo sobre o chamado “lado escuro da Lua”, expressão popularizada por álbuns de rock e pela falta de visibilidade direta da Terra. As informações são do site Mashable.
Nelson, ex-senador e astronauta, respondia a um questionamento sobre a missão chinesa que pretende pousar uma nave na face oculta do satélite natural. “Eles vão pousar no lado da Lua que está sempre escuro. Nós não planejamos ir lá”, disse. A fala, no entanto, ignora décadas de pesquisa científica e dados acumulados por sondas espaciais.
Ao contrário do que sugere o termo, o lado oculto da Lua recebe a mesma quantidade de luz solar que o lado visível. A confusão vem do fato de que a Lua leva o mesmo tempo para girar em torno de si mesma e para orbitar a Terra — cerca de um mês — o que faz com que vejamos sempre a mesma face. A porção oposta, embora invisível a olho nu, já foi amplamente mapeada por missões como a Lunar Reconnaissance Orbiter, lançada pela própria NASA.
A China foi o primeiro país a pousar uma nave na face oculta da Lua, com a missão Chang’e-4, em dezembro de 2018. O pouso ocorreu na cratera Von Karman, dentro da bacia do Polo Sul-Aitken, uma das maiores depressões do sistema solar, formada por um impacto de asteroide que pode ter exposto o manto lunar — camada entre o núcleo e a crosta.
Essa região é considerada estratégica por cientistas, pois pode revelar informações sobre a composição interna da Lua. Além disso, o polo sul lunar, onde a NASA pretende enviar astronautas com o programa Artemis, abriga crateras permanentemente sombreadas, com potencial presença de gelo de água — recurso essencial para futuras missões de longa duração.
O objetivo da Nasa é garantir uma fonte contínua e confiável de energia para as futuras missões lunares e, eventualmente, para missões mais ambiciosas a Marte. O projeto, conhecido como Fission Surface Power (FSP), também deve posicionar a agência no centro de um mercado emergente e altamente estratégico para a exploração espacial: a energia nuclear em ambientes extraterrestres.
O mercado de reatores nucleares foi avaliado em US$ 45,2 bilhões em 2023 e tem uma taxa composta de crescimento anual (CAGR, na sigla em inglês) de cerca de 3,8%, de acordo com a Dataintelo. O crescimento do mercado, segundo a consultoria, é impulsionado pela crescente demanda por fontes de energia limpa e eficiente, avanços tecnológicos na indústria nuclear, e a transição global para a redução das emissões de carbono.