Ciência

O planeta está à beira do colapso? Descubra se 6ª extinção em massa já começou

Taxas atuais de extinção superam em até mil vezes os níveis naturais e podem devastar 75% das espécies em poucos séculos, dizem especialistas

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 30 de maio de 2025 às 10h03.

Há cerca de 66 milhões de anos, um impacto de um grande asteroide marcou o fim da era dos dinossauros, eliminando cerca de 75% das formas de vida na Terra. Eventos anteriores, causados por mudanças ambientais drásticas, também provocaram grandes extinções ao longo da história do planeta.

Hoje, cientistas apontam para um possível novo episódio de extinção em massa, caracterizado pela rápida redução da biodiversidade causada principalmente pelas atividades humanas. A caça, a degradação ambiental, a introdução de espécies invasoras e as mudanças climáticas provocadas pelo homem têm sido indicadas como os principais responsáveis pelo acelerado declínio das espécies.

Embora seja evidente que a perda de espécies está ocorrendo em ritmo acelerado, ainda há dúvidas sobre se o atual momento alcança a magnitude das extinções em massa do passado, que eliminaram três quartos ou mais das espécies existentes em suas épocas.

John Wiens, ecologista evolutivo da Universidade do Arizona, afirmou ao site Popsci que “a crise da biodiversidade é um termo preciso para descrever o momento atual”, mas ressalta que “ainda não há análise quantitativa definitiva que comprove uma extinção em massa”.

O mundo está passando pela 6ª extinção em massa?

Levantamentos mostram que, nos últimos 500 anos, foram confirmadas menos de mil extinções, o que representa uma fração pequena do total conhecido de espécies. Mas projeções mais recentes sugerem que o número real pode ser significativamente maior e, se as tendências persistirem, a perda poderá atingir níveis comparáveis aos eventos históricos em algumas centenas de anos.

Pesquisadores como Gerardo Ceballos destacaram ao Popsci que a taxa de desaparecimento de espécies atualmente é dezenas a centenas de vezes superior àquela considerada natural, e em alguns estudos chega a ser até mil vezes maior. Esse desequilíbrio reflete a incapacidade da natureza de compensar a rápida extinção com a formação de novas espécies.

Sarah Otto, bióloga evolutiva da Universidade da Colúmbia Britânica, explica que “muitas espécies consideradas extintas ainda estão vivas, mas suas populações tão reduzidas que a extinção futura é praticamente certa — uma dívida ecológica que pesa sobre os ecossistemas”.

Além disso, muitos organismos ainda sobrevivem, mas com populações tão reduzidas que a extinção futura é praticamente certa, configurando uma “dívida ecológica” que ainda não foi paga. Por outro lado, há relatos de sucesso em programas de conservação que permitem a recuperação de algumas espécies ameaçadas.

Apesar das incertezas quanto à extensão total do problema, há consenso sobre a necessidade urgente de ações para frear o declínio da biodiversidade. Organismos internacionais alertam que uma em cada quatro espécies está ameaçada de desaparecer nas próximas décadas, cenário que pode ser agravado pelo aumento contínuo da temperatura global.

A perda da diversidade biológica não afeta apenas a vida selvagem, mas também compromete serviços essenciais aos humanos, como a estabilidade dos ecossistemas e a proteção contra desastres naturais. Por exemplo, o desaparecimento dos recifes de corais pode afetar diversas espécies marinhas e influenciar ecossistemas terrestres adjacentes.

Stuart Pimm, biólogo da Duke University, reforça a necessidade de esperança. “S extinção total não é inevitável e há exemplos concretos de espécies que se recuperaram graças a esforços de conservação eficazes", disse ela.

O futuro da biodiversidade dependerá das decisões tomadas em escala global e local. A trajetória atual indica um caminho preocupante, mas esforços de preservação ainda podem alterar o curso dos acontecimentos. O desafio é grande e a resposta da humanidade determinará se essa era será lembrada como uma extinção em massa ou como um momento de superação.

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