Ciência

Pais de pet: estudo mostra que cachorros podem despertar instinto parental

Pesquisa revela que cuidar de cães ativa o senso de maternidade e paternidade, acompanhando a queda da natalidade em países desenvolvidos

Cachorros: os “filhos” de quatro patas que despertam instinto de cuidar e amar (Melissa McCulloch / 500px/Getty Images)

Cachorros: os “filhos” de quatro patas que despertam instinto de cuidar e amar (Melissa McCulloch / 500px/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 22 de maio de 2025 às 08h00.

Se ter filhos virou uma decisão cada vez mais complicada para muitos casais no mundo todo, adotar um cachorro está ganhando espaço como uma alternativa para quem quer exercer o instinto de cuidar e amar alguém.

Enquanto a taxa de natalidade despenca nos países desenvolvidos, a adoção de cães só cresce, tornando os pets membros indispensáveis das famílias.

Um estudo recente da Universidade Eötvös Loránd, em Budapeste, mostra que cuidar desses animais ativa o instinto de maternidade e paternidade nas pessoas, oferecendo um vínculo afetivo profundo, mas com menos demandas do que a criação de filhos biológicos.

De acordo com a pesquisa publicada nesta quinta-feira, 22, na revista European Psychologist, embora os cães não substituam os filhos humanos, eles proporcionam uma oportunidade para que indivíduos satisfaçam o desejo inato de cuidar e nutrir, criando laços emocionais profundos.

A análise bibliográfica aponta que esse vínculo pode gerar emoções positivas, suporte social e até um senso de propósito semelhante ao vivido por pais e mães.

Pai de pet existe? Para a ciência, sim

Muitos casais optam por não ter filhos devido a inseguranças econômicas, preocupações ambientais e desafios profissionais, encontrando uma alternativa nos cães para expressar seu instinto parental.

O estudo reforça que a responsabilidade e o cuidado dedicados aos cães despertam sentimentos próprios da paternidade e maternidade, com demandas consideradas menores, principalmente pela expectativa de vida mais curta dos pets.

O relacionamento humano-cão, que já dura cerca de 12 mil anos, é marcado pela forte adaptação dos animais à comunicação humana. Raças com características infantis, como pugs e bulldogs franceses, intensificam a sensação de dependência e fragilidade, aproximando ainda mais a experiência de cuidar de cães da criação de filhos.

Apesar do apego, a maioria dos donos reconhece que a dedicação aos pets difere da parentalidade humana.

Além disso, pesquisadores alertam para riscos éticos envolvendo a superproteção e a busca por traços infantis exagerados nos cães, que podem prejudicar a saúde e o comportamento dos animais.

O estudo também ressalta que o papel dos cães nas famílias varia conforme o contexto social e individual, podendo ser um “pré-filho” para casais sem filhos ou um companheiro que funciona como um irmão para crianças. A diversidade de vínculos redefine o conceito de família em um momento em que laços sociais se tornam cada vez mais frágeis.

Com a solidão crescendo em diversas regiões, a presença dos cães assume importância social e emocional, ajudando a preencher a necessidade humana de cuidado e conexão.

O estudo destaca que esses animais oferecem não só companhia, mas também um espaço para vivenciar sentimentos ligados à parentalidade, alinhando-se às transformações demográficas e culturais atuais.

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