Peixe com 18 espinhos é encontrado em destino turístico na Bahia (TV Globo/Reprodução)
Repórter
Publicado em 22 de julho de 2025 às 15h39.
Um peixe de espécie invasora foi capturado por moradores de Taipu de Dentro, localidade turística no município de Maraú, situado no baixo sul da Bahia, neste sábado, 19. Conhecido como peixe-leão, o animal é originário do oceano Indo-Pacífico e apresenta uma alta toxicidade, o que pode prejudicar o equilíbrio do ecossistema marinho local.
O peixe-leão possui 18 espinhos venenosos. O contato com o animal pode gerar reações adversas em seres humanos, como dores intensas, náuseas e até mesmo convulsões, informou a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Maraú.
A gestão local também detalhou alguns aspectos da reprodução e alimentação da espécie. Cada fêmea pode desovar até 30 mil ovos a cada 26 dias e, em termos alimentares, o peixe é capaz de consumir até 20 peixes em apenas 30 minutos, incluindo presas de tamanho considerável.
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente de Maraú, o peixe resgatado será estudado para fins de pesquisa.
Especialistas alertam para o risco de manipulação do peixe-leão sem a devida precaução. Caso encontre o animal, é essencial que a captura seja feita com as mãos protegidas. Além disso, a secretaria recomenda cautela para evitar o contato dos espinhos com a pele.
Se alguém for picado, a orientação é lavar o local com água quente e procurar atendimento médico imediatamente. A devolução do peixe-leão ao mar não é recomendada. Em caso de dificuldade para capturá-lo, a população deve entrar em contato pelo e-mail peld.bts@gmail.com, informando a localização e a data.
O peixe-leão se reproduz com grande frequência e é capaz de gerar milhares de ovos e larvas em cada ciclo reprodutivo. Na fase adulta, pode atingir até 47 cm de comprimento.
Os predadores naturais não reconhecem o peixe-leão como uma ameaça, pois ele não é nativo da região.
Na Baía de Todos-os-Santos, até junho de 2025, foram registrados cinco avistamentos de indivíduos adultos e reprodutivos da espécie, conforme dados da Secretaria do Meio Ambiente (Sema). As observações ocorreram nas áreas de Morro de São Paulo, no baixo sul baiano, e em Salvador.
Até o momento, não existe um programa de monitoramento específico para essa espécie na Bahia, e os registros seguem sendo pontuais e esporádicos.
No entanto, a invasão do peixe-leão no estado é recente, e o governo afirmou que está sendo desenvolvido um plano para o enfrentamento da situação.
Especialistas destacam que esse fenômeno pode estar relacionado ao aquecimento global, à circulação marítima intensa e aos impactos causados pelas mudanças climáticas, como a poluição e a urbanização dos ecossistemas costeiros.