Ciência

Pesquisadores japoneses criam plástico que se dissolve em água salgada; entenda

Inovação promete combater a poluição marinha ao criar um plástico que se dissolve rapidamente na água salgada

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 4 de junho de 2025 às 15h57.

Última atualização em 4 de junho de 2025 às 16h05.

Pesquisadores japoneses do Riken Center for Emergent Matter Science (CEMS), em colaboração com a Universidade de Tóquio e a Universidade de Tecnologia de Eindhoven, desenvolveram um plástico que se dissolve completamente na água do mar em poucas horas, sem deixar resíduos de microplásticos — uma solução promissora para a crise global da poluição marinha.

O estudo, publicado na revista científica Science, detalha a criação de um plástico supramolecular formado pela combinação de dois monômeros iônicos: o hexametafosfato de sódio, um aditivo alimentar comum, e monômeros baseados em íon guanidínio.

Estas moléculas formam ligações reversíveis chamadas “pontes salinas”, que conferem ao material alta resistência mecânica durante o uso, mas que se desfazem rapidamente em contato com os eletrólitos presentes na água salgada, permitindo que o plástico se dissolva em aproximadamente 8 horas.

Avanço frente aos plásticos tradicionais

Diferentemente dos plásticos biodegradáveis tradicionais, que muitas vezes não se degradam adequadamente no ambiente marinho e fragmentam-se em microplásticos prejudiciais, esse novo material desaparece sem deixar vestígios, evitando a contaminação da fauna e da cadeia alimentar.

Além disso, o plástico se degrada rapidamente no solo, em cerca de dez dias, liberando nutrientes como fósforo e nitrogênio, que podem beneficiar ecossistemas terrestres.

A pesquisa liderada por Takuzo Aida, especialista em polímeros supramoleculares, representa um avanço significativo, pois alia durabilidade, reciclabilidade e biodegradabilidade com a capacidade inédita de se dissolver no oceano sem gerar poluição microplástica.

Como o plástico é fabricado

O processo de fabricação envolve uma etapa chamada “dessalga”, que remove íons salinos, garantindo que o plástico seja forte e maleável antes do uso, mas solúvel quando exposto à água do mar.

Além disso, o material é atóxico, não inflamável e pode ser moldado em diferentes formas, inclusive para aplicações médicas e impressões 3D. A equipe de pesquisadores busca agora ampliar a produção em escala industrial e testar a resistência do plástico em diferentes condições ambientais, com potencial para substituir plásticos convencionais em embalagens, utensílios descartáveis e outros produtos, contribuindo para a redução da poluição marinha e dos impactos ambientais associados.

O impacto da inovação para o futuro ambiental

[Grifar] A inovação no campo dos plásticos pode ser um divisor de águas na luta contra a poluição marinha e na redução dos impactos ambientais causados pelo uso excessivo de plásticos convencionais. [Grifar]

Se a produção em larga escala for viável, o novo material poderá substituir os plásticos tradicionais e trazer grandes benefícios para a preservação dos oceanos e ecossistemas terrestres.

Acompanhe tudo sobre:Pesquisas científicasJapãoOceanos

Mais de Ciência

Briga entre Elon Musk e Donald Trump ultrapassa os EUA e chega em nova área: o espaço

Cientistas chineses confirmam existência de organização social matrilinear na pré-história

Há 12 anos, Google tentou desafiar a morte com a Calico; entenda o projeto

Astrônomos descobrem objeto misterioso pulsando a cada 44 minutos na Via Láctea