Ciência

Planeta com oceano fervente pode desafiar o que a ciência sabe sobre mundos alienígenas

Pesquisa inédita indica que exoplaneta TOI-270 d possui condições atmosféricas e superficiais inusitadas para sua órbita

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 30 de maio de 2025 às 11h15.

Um exoplaneta com um oceano de água fervente em sua superfície está intrigando cientistas e desafiando as teorias atuais sobre a formação e composição de mundos alienígenas.

Trata-se do TOI-270 d, localizado a cerca de 73 anos-luz da Terra, na constelação de Pictor. Com tamanho aproximadamente duas vezes maior que o da Terra, o planeta orbita uma estrela anã vermelha e apresenta uma atmosfera densa, rica em vapor d’água, conforme revelam observações feitas principalmente pelo telescópio espacial James Webb.

Atmosfera densa e oceano fervente: uma combinação inesperada

Essa configuração atmosférica única possibilita a existência de um vasto oceano na superfície do planeta, cujas temperaturas chegam a atingir ou ultrapassar o ponto de ebulição da água — uma característica inesperada para corpos celestes com tais condições orbitais e atmosféricas.

Descoberta que desafia teorias tradicionais

Publicado na revista científica Nature em maio de 2025, o estudo que detalha essas descobertas questiona conceitos prévios sobre exoplanetas.

Até então, acreditava-se que planetas com atmosferas tão densas e tão próximos de suas estrelas não poderiam sustentar água em estado líquido, apresentando apenas vapor ou gelo.

O caso de TOI-270 d amplia o entendimento sobre a diversidade dos ambientes planetários, e abre novas perspectivas para os estudos sobre habitabilidade e evolução fora do Sistema Solar.

Desafios aos modelos tradicionais de exoplanetas

Essa constatação representa um desafio direto às teorias que limitavam a existência de água líquida em planetas orbitando estrelas anãs vermelhas com atmosferas espessas.

A presença de um oceano fervente sugere uma complexidade maior e uma diversidade ampliada nos ambientes planetários, expandindo o escopo para futuras pesquisas sobre habitabilidade, dinâmica atmosférica e processos geofísicos em exoplanetas.

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