Poluição do ar: impactos crescentes na saúde e no meio ambiente (Sajjad HUSSAIN/AFP)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 11 de março de 2025 às 12h46.
Última atualização em 11 de março de 2025 às 14h32.
Nova Délhi mantém a posição de capital mais poluída do mundo pelo sexto ano consecutivo, com uma concentração de PM2,5 de 91,8 microgramas por metro cúbico, muito acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O ar tóxico da cidade afeta diretamente a saúde de seus mais de 30 milhões de habitantes, levando ao aumento de doenças respiratórias, cardiovasculares e até problemas de saúde mental. Além da capital, cidades satélites como Faridabad, Loni e Gurugram também aparecem entre as mais poluídas do planeta.
Um novo relatório da IQAir, empresa suíça especializada em monitoramento da qualidade do ar, revela um panorama alarmante da poluição global. Das 20 cidades mais poluídas do mundo, 19 estão localizadas na Ásia, com a Índia liderando o ranking, concentrando 13 dessas cidades.
O estudo se baseia na análise das partículas finas PM2,5, um dos poluentes mais perigosos, capazes de penetrar profundamente nos pulmões e na corrente sanguínea, causando sérios problemas de saúde.
A Índia, impulsionada pelo crescimento econômico movido a carvão e pelo congestionamento urbano, abriga a maioria das cidades mais poluídas do mundo. Byrnihat, uma cidade industrial no nordeste do país, registrou uma concentração de PM2,5 de 128,2 microgramas por metro cúbico, mais de 25 vezes o limite recomendado pela OMS. Moradores relatam problemas respiratórios e uso constante de máscaras como tentativa de se proteger da poluição.
Além da Índia, o Paquistão aparece com quatro cidades na lista, enquanto China e Cazaquistão têm uma cidade cada. A única cidade fora da Ásia a figurar no ranking é N’Djamena, capital do Chade, na África Central, tornando o país o mais poluído do mundo segundo o relatório.
A exposição prolongada às partículas PM2,5 está associada a uma série de problemas de saúde graves, como:
Na Índia, a poluição do ar reduz a expectativa de vida em cerca de 5,2 anos.
A China, que já figurou como o epicentro da poluição mundial, tem mostrado sinais de melhora na qualidade do ar, principalmente em Pequim e Xangai. O progresso foi impulsionado por campanhas contra a poluição e investimentos em energias renováveis, como solar e eólica. Mas a construção de novas usinas a carvão ameaça os avanços conquistados.
O relatório da IQAir alerta para a falta de monitoramento eficaz da qualidade do ar em diversas partes do mundo, especialmente no Sudeste Asiático e na África. Em muitos países, a ausência de estações de medição governamentais impede um diagnóstico preciso da poluição, dificultando a adoção de medidas eficazes.
A IQAir reforça a necessidade de ações urgentes para mitigar os impactos da poluição, incluindo: