Ciência

Rio mais profundo do mundo tem 220 metros de profundidade – e guarda diversos mistérios

Curso da água atravessa vários países da África até desaguar no Oceano Atlântico

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 15h30.

Última atualização em 27 de janeiro de 2025 às 15h41.

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Imagine um rio tão vasto e profundo que guarda os mistérios mais antigos do planeta. Suas águas vigorosas percorrem paisagens imensas, sustentando milhões de vidas e influenciando o destino das civilizações que dependem dele. Estamos falando do Rio Congo, o mais profundo do mundo.

Com impressionantes 220 metros de profundidade máxima, o Rio Congo ocupa uma posição única entre os grandes rios. Ele se estende por cerca de 4.374 quilômetros, atravessando vários países da África até desaguar no Oceano Atlântico, carregando consigo uma rica história e imenso valor ecológico.

Como é o Rio Congo?

Nascendo nos planaltos da Zâmbia, o Congo percorre territórios como a República Democrática do Congo, República do Congo e Angola, abrangendo uma bacia hidrográfica de aproximadamente 4 milhões de quilômetros quadrados. Suas águas volumosas, alimentadas por uma complexa rede de afluentes, têm uma vazão média de 41.000 metros cúbicos por segundo, ficando atrás apenas do Rio Amazonas em termos de volume.

As áreas mais profundas, próximas a Kinshasa, são marcadas por correntes intensas e mudanças abruptas de profundidade, desafiando até mesmo os navegadores mais experientes. Além disso, o rio é famoso por suas espetaculares formações, como as Cataratas Livingstone e Boyoma, que além de limitarem a navegação, possuem grande potencial energético.

Impactos econômicos e sociais

O Rio Congo é vital para a economia regional. Ele serve como um eixo essencial de transporte, facilitando o comércio de madeira, minérios e produtos agrícolas. As comunidades ao longo de suas margens dependem diretamente dele para pesca e irrigação.

A matriz energética local também é fortemente influenciada pelo rio, que abriga a Barragem de Inga, uma das maiores usinas hidrelétricas da África. Projetos ambiciosos, como o Inga III, visam ampliar a capacidade energética, para abastecer países vizinhos e até mesmo exportar eletricidade para o sul da Europa.

No entanto, a infraestrutura fluvial ainda carece de investimentos significativos, limitando o pleno aproveitamento do rio como impulsionador do desenvolvimento econômico.

Além disso, a bacia do Congo é um verdadeiro tesouro de biodiversidade, lar de espécies endêmicas de fauna e flora. Primatas como o bonobo e o gorila-da-planície-ocidental, além de espécies aquáticas como o peixe-tigre-golias, são apenas alguns exemplos da rica vida selvagem que habita o ecossistema.

As florestas tropicais da região, o segundo maior pulmão verde do planeta, desempenham um papel crucial na absorção de dióxido de carbono e na luta contra as mudanças climáticas. Pântanos, savanas alagadas e florestas densas compõem um mosaico de habitats, muitos ainda pouco explorados pela ciência.

Apesar de sua importância, o Rio Congo enfrenta sérias ameaças. A exploração predatória, o desmatamento, a mineração e a poluição têm causado danos ao ecossistema. Conflitos geopolíticos e instabilidade regional dificultam a adoção de políticas de conservação eficazes.

O aumento da sedimentação devido à atividade humana degrada a qualidade das águas, afetando tanto a vida aquática quanto as populações que dependem do rio. Iniciativas internacionais têm promovido práticas sustentáveis e programas de reflorestamento para mitigar esses impactos, mas a coordenação entre os países da bacia continua sendo um grande desafio.

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