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Terra acelera rotação e pode registrar o dia mais curto da história em 2025; saiba quando

Desde 2020, o planeta vem girando mais rápido e deve atingir novo pico em julho ou agosto, segundo cientistas

Terra: planeta acelera rotação e pode ter o dia mais curto da história entre julho e agosto de 2025 (Freepik)

Terra: planeta acelera rotação e pode ter o dia mais curto da história entre julho e agosto de 2025 (Freepik)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 30 de junho de 2025 às 20h39.

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O planeta está girando mais rápido — literalmente. Desde 2020, a Terra tem registrado os dias mais curtos desde o início das medições modernas, em 1973. E em 2025, o ritmo pode bater um novo recorde.

A expectativa é de que os dias 9 e 22 de julho ou 5 de agosto apresentem a rotação mais veloz já registrada, segundo cálculos do Timeanddate.com, do Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS) e do Observatório Naval dos EUA.

"Estamos diante de uma aceleração incomum", indicam os cientistas. Em 5 de julho do ano passado, a Terra completou sua rotação em 1,66 milissegundos a menos que as 86.400 segundos padrão de um dia — o menor tempo já registrado.

Até 2020, o planeta vinha desacelerando lentamente, principalmente pela influência gravitacional da Lua, que puxa os oceanos e contribui para a desaceleração da rotação. Mas isso mudou subitamente: nos últimos cinco anos, 28 dos dias mais curtos já registrados ocorreram nesse período.

Por que a Terra está girando mais rápido?

A ciência ainda não tem uma resposta clara. Hipóteses incluem movimentos do núcleo da Terra, deslocamentos de massa por derretimento de geleiras e variações nas correntes oceânicas e nos ventos. Outra possibilidade é o “Chandler wobble” — a leve oscilação dos polos geográficos.

Medições são feitas com altíssima precisão por relógios atômicos e acompanhadas por instituições como o IERS, que analisam variações de milissegundos no comprimento do dia.

Vai faltar um segundo no relógio?

A questão da rotação acelerada já pressiona sistemas de tempo. Se antes era necessário adicionar “segundos bissextos” para compensar o atraso da rotação, agora discute-se a adoção de segundos negativos — ou seja, a remoção de um segundo.

Apesar da aceleração, o IERS anunciou que não fará ajustes em 2025. A última alteração foi um segundo positivo, em dezembro de 2016.

Por que isso importa

Milissegundos podem parecer irrelevantes, mas a sincronia entre o tempo atômico e a rotação da Terra é essencial para GPS, redes globais, bolsas de valores e sistemas de comunicação que dependem de precisão absoluta no tempo.

Mesmo que temporária, a aceleração da Terra já representa um desafio técnico para a manutenção da hora oficial mundial. E os cientistas ainda tentam entender se esse comportamento é uma anomalia — ou uma nova fase no ritmo do planeta.

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