Ciência

Terra pode ser atingida por erupção solar em forma de 'asa de pássaro' amanhã, alertam astrônomos

Cientistas indicam que parte dessa erupção pode atingir o planeta nesta sexta-feira

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 15 de maio de 2025 às 20h32.

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 20h40.

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Nesta terça-feira, 13, astrônomos registraram uma imensa erupção solar em formato de "asa de pássaro", liberando ondas de plasma superaquecido pelo hemisfério norte do Sol. Com mais de 1 milhão de quilômetros de comprimento, o filamento de material solar ultrapassava o dobro da distância entre a Terra e a Lua.

Agora, cientistas indicam que parte dessa erupção poderá atingir nosso planeta na sexta-feira, 16, segundo o jornal britânico Daily Mail.

O caçador de auroras Jure Atanackov, em um post no X (antigo Twitter), alertou que a intensidade dessa erupção pode desencadear uma tempestade geomagnética severa ou até extrema, o nível mais elevado na escala de classificação de tempestades.

Em um vídeo capturado pelos satélites da NASA, é possível ver filamentos de plasma, 75 vezes maiores que a Terra, sendo ejetados do Sol na forma de duas enormes "asas".

Embora a maior parte do material tenha sido liberada do hemisfério norte solar, longe da Terra, os astrônomos preveem que o planeta pode ser atingido por uma pequena parte da "esteira" da tempestade. Isso sugere uma maior chance de avistamentos da Aurora Boreal, mas também um risco de interrupções nos sistemas elétricos.

Filamentos solares são faixas densas de plasma mais frio, suspensas pela intensa atividade magnética do Sol. Quando esses campos magnéticos se tornam instáveis, podem liberar os filamentos em violentas erupções solares.

Jake Foster, astrônomo do Observatório Real de Greenwich, explicou: "O plasma quente pode se erguer da superfície solar seguindo as linhas de campo magnético, soltando-se e sendo lançado no espaço a altíssima velocidade."

Esse fenômeno, denominado ejeção de massa coronal (EMC), é o responsável por tempestades geomagnéticas e pelo aumento da atividade auroral na Terra.

Na terça-feira, dois grandes filamentos se tornaram instáveis e colapsaram, resultando em uma gigantesca EMC. Os observadores da aurora ficaram impressionados com a magnitude da explosão. Atanackov afirmou no X que esse evento "supera todas as erupções de filamentos recentes".

O fotógrafo Vincent Ledvina também comentou: "Não sei como nomear essa erupção, talvez 'asa de pássaro' ou 'asa de anjo', mas é algo impressionante! Olhem a magnitude da explosão no hemisfério norte do Sol."

A física espacial Dra. Tamitha Skov descreveu a erupção como "um lançamento massivo de filamentos duplos que pode atingir a Terra de raspão".

Quando uma erupção solar se projeta para o espaço, deixa uma "cicatriz" no Sol, visível como uma mancha escura nas imagens solares. Embora inicialmente parecesse que a explosão estava direcionada para o norte, as cicatrizes indicaram que parte da erupção poderia estar indo em direção à Terra.

"Você poderia pensar que estava indo só para o norte, mas a cicatriz indica que há uma chance de que parte disso esteja vindo para a Terra."

Fenômeno é uma ameaça?

É esperado que a EMC atinja a Terra amanhã, causando uma tempestade geomagnética de menor intensidade, com efeitos possíveis por alguns dias. "Essas erupções liberam grandes quantidades de partículas solares de alta energia, e quando atingem a atmosfera terrestre, podem causar diferentes efeitos", detalhou Foster.

"Com a energia suficiente, elas podem gerar uma tempestade geomagnética, afetando temporariamente as comunicações por rádio e a navegação por satélite. Em um cenário mais grave, podem sobrecarregar a infraestrutura elétrica, danificando redes e até provocando incêndios."

As partículas solares são direcionadas para os polos magnéticos da Terra, onde colidem com os gases da atmosfera, gerando a aurora. A proteção oferecida pelos campos magnéticos da Terra faz com que as auroras sejam visíveis principalmente nas regiões polares.

Embora Skov estime 20% de chances de uma tempestade geomagnética severa, a probabilidade de um evento significativo é baixa.

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