Ciência

Viajante alienígena? Entenda a jornada do cometa 3I/ATLAS pelo Sistema Solar

Cometa 3I/ATLAS, visitante raro de outra estrela, oferece aos cientistas uma chance única de explorar mistérios interstelar e expandir o conhecimento sobre o cosmos

O cometa 3I/ATLAS, viajante interstelar, revela sua cauda de gás e poeira  (Филипп Романов/Wikimedia Commons)

O cometa 3I/ATLAS, viajante interstelar, revela sua cauda de gás e poeira (Филипп Романов/Wikimedia Commons)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 8 de julho de 2025 às 09h23.

Astrônomos confirmaram a chegada de 3I/ATLAS, o terceiro cometa interstelar registrado a passar pelo Sistema Solar. Este evento histórico segue as passagens dos objetos ‘Oumuamua, em 2017, e 2I/Borisov, em 2019, revelando a raridade de tais visitantes cósmicos.

3I/ATLAS foi descoberto pelo telescópio ATLAS, da NASA, em 1º de julho de 2025, quando se encontrava a aproximadamente 670 milhões de quilômetros do Sol, perto da órbita de Júpiter. A partir daí, os cientistas rastrearam sua trajetória e descobriram que ele estava em movimento a uma velocidade impressionante de 137.000 milhas por hora (cerca de 221.000 km/h). Este movimento ultrarrápido e a trajetória hiperbólica indicam que o cometa não é originário do nosso Sistema Solar.

Com base em sua trajetória, os cientistas determinaram que o cometa veio da direção da constelação de Sagitário, região próxima ao centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Isso sugere que o cometa foi ejetado de seu sistema estelar original, provavelmente por forças gravitacionais de uma estrela ou planeta gigante, e vagou pelo espaço interestelar por milhões, ou até bilhões, de anos.

A análise de sua trajetória mostra que o cometa está em um caminho aberto, o que significa que ele não seguirá uma órbita fechada ao redor do Sol, mas passará por ele e continuará sua jornada através do espaço interestelar. Ele passará perto de Marte em 30 de outubro, mas ficará a uma distância segura de 1,6 UA da Terra. Após seu periélio, o cometa se tornará invisível por um período, retornando ao nosso campo de visão somente em dezembro para mais observações.

Uma janela para outros sistemas estelares

O cometa 3I/ATLAS é um exemplo de um objeto ativo, exibindo uma cauda visível de gás e poeira enquanto seu núcleo gelado evapora ao se aproximar do Sol. Esse comportamento indica que o objeto é, de fato, um cometa, ao contrário de ‘Oumuamua, cujo status ainda gera debate. Os cientistas estimam que o núcleo de 3I/ATLAS tenha menos de 1 quilômetro de diâmetro, mas continuam a monitorar sua evolução para refinar essa estimativa.

A descoberta de 3I/ATLAS oferece uma oportunidade rara para estudar materiais provenientes de outro sistema estelar, proporcionando aos astrônomos dados valiosos sobre a formação de planetas e estrelas em regiões distantes da galáxia. Embora o cometa não apresente risco de colisão com a Terra, sua passagem proporciona um cenário único para pesquisas em astronomia.

Além de explorar a composição do cometa, os cientistas também estão investigando sua velocidade e trajetória, que podem fornecer pistas sobre como objetos interstelar são ejetados de sistemas estelares e como vagam através do espaço. A observação de 3I/ATLAS se tornará mais difícil após sua aproximação com o Sol, mas novas oportunidades para estudar o cometa surgirão em dezembro, quando ele reemergirá do lado oposto do Sistema Solar.

A presença de 3I/ATLAS no Sistema Solar está ampliando a compreensão científica sobre objetos interstelar, e os astrônomos acreditam que a descoberta pode ser apenas a ponta do iceberg. Com novos telescópios e tecnologias, como o Vera Rubin Observatory, que entra em operação completa ainda este ano, a expectativa é que a detecção de tais objetos se torne mais frequente, permitindo estudos mais detalhados e regulares sobre o que ocorre em outros sistemas estelares.

O cometa interstelar 3I/ATLAS, apesar de sua natureza efêmera e trajetória fugaz, é um sinal claro de que há muito a aprender sobre o cosmos e que o futuro da astronomia está cada vez mais conectado com as observações e missões interplanetárias que buscam explorar o espaço profundo.

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