Ciência

Vida em Marte? Novo estudo da NYU revela como raios cósmicos podem sustentar vida subterrânea

Pesquisadores da NYU sugerem que os raios cósmicos podem ser a chave para a vida subterrânea em Marte e luas geladas como Encélado e Europa

Já Marte, embora não tão favorável quanto Encélado, ainda apresenta grandes possibilidades devido a sua água subterrânea (Derek Berwin/Getty Images)

Já Marte, embora não tão favorável quanto Encélado, ainda apresenta grandes possibilidades devido a sua água subterrânea (Derek Berwin/Getty Images)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 15h16.

Cientistas acabam de revelar que a vida subterrânea em Marte e em luas geladas, como Encélado, pode ser mais viável do que se pensava. Um estudo da NYU Abu Dhabi mostrou que os raios cósmicos, ao atingirem água ou gelo abaixo da superfície desses corpos celestes, liberam energia suficiente para sustentar formas de vida microscópicas – sem a necessidade de luz solar ou calor. Essa descoberta desafia a visão convencional sobre os limites da vida no universo.

O processo conhecido como radiólise ocorre quando os raios cósmicos interagem com a água ou gelo subterrâneo, gerando elétrons que podem ser utilizados por organismos para produzir energia, de maneira semelhante à fotossíntese das plantas.

Liderado por Dimitra Atri, pesquisadora principal do Space Exploration Laboratory da NYUAD, o estudo, publicado no International Journal of Astrobiology, revela como os raios cósmicos podem alimentar vida em Marte e nas luas geladas de Júpiter e Saturno, que possuem grandes camadas de gelo em suas superfícies. As conclusões desafiam a ideia de que a vida só poderia existir em ambientes quentes e iluminados, abrindo novas possibilidades para a existência de vida em lugares aparentemente inóspitos.

Encélado: a lua promissora

A pesquisa também identificou que Saturno, com a lua Encélado, oferece as melhores condições para sustentar vida subterrânea. Com a presença de água líquida abaixo de suas camadas de gelo e a radiação cósmica alimentando possíveis organismos, a lua se destaca como um dos lugares mais promissores para a busca de vida.

Marte, embora não tão favorável quanto Encélado, ainda apresenta grandes possibilidades devido a sua água subterrânea, o que o coloca como um segundo candidato viável. Europa, lua de Júpiter, também se mostrou relevante para a pesquisa, mas ficou atrás de Encélado e Marte.

Zona habitável

A descoberta introduz uma nova teoria chamada Radiolytic Habitable Zone, um conceito que se contrapõe à tradicional "Zona de Goldilocks". Enquanto a Zona de Goldilocks descreve a área ao redor de uma estrela onde as condições são ideais para manter água líquida na superfície de um planeta, a Radiolytic Habitable Zone foca em locais subterrâneos, onde a água pode ser aquecida pela radiação cósmica. Isso amplia significativamente as áreas do universo onde a vida pode ser possível, incluindo ambientes frios e escuros onde anteriormente se acreditava que nada sobreviveria.

Este avanço muda a forma como os cientistas planejam suas futuras missões espaciais. Em vez de buscar apenas sinais de vida na superfície de outros planetas e luas, agora os pesquisadores podem considerar explorar seus ambientes subterrâneos.

Ferramentas especializadas, como sondas e detectores de radiação, poderão ser usadas para identificar sinais químicos gerados pela interação dos raios cósmicos com a água subterrânea.

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