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O futuro da gestão de pessoas passou pelo CONARH e eu vi de perto

O maior evento de gestão de pessoas da América Latina mostrou, mais uma vez, que o RH está no centro das transformações que as empresas precisam viver

 (Divulgação/Divulgação)

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Adriano Lima
Adriano Lima

Autor do livro "Você em Ação"

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 13h32.

Foram três dias intensos de CONARH 2025. O maior evento de gestão de pessoas da América Latina mostrou, mais uma vez, que o RH está no centro das transformações que as empresas precisam viver. Entre painéis, encontros e conversas de bastidores, o que vi foi um chamado claro: não dá mais para separar estratégia de negócio de estratégia de gente. Diversidade, cultura, tecnologia, liderança e impacto social deixaram de ser “tópicos de congresso” para se tornarem questões de sobrevivência empresarial

  1. Diversidade tem muita vida e em todas as idades

No painel sobre diversidade e inclusão, ficou claro: envelhecimento ativo é papo sério. Nos provocarmos com a ideia de que, à medida que envelhecemos, ganhamos chances novas, façamos carreiras em mosaico, aprendizado sem prazos. Um painel nos trouxe dados que pesam: a expectativa média de vida no Brasil é de 76 anos e os índices de suicídio entre idosos são os mais elevados. Ele perguntou: será que nossos programas de inclusão contemplam essa faixa etária ou a continuam invisível? Foi aquele choque que transforma nossa visão sobre RH.

  1. Dados + comportamento: combinação estratégica

Outra conversa poderosa foi sobre perfis comportamentais alinhados a decisões orientadas por dados. O impacto disso? Um RH que não chuta, mas sabe traçar tendências reais e construir ações certeiras. Não li citações diretas, mas o entendimento geral é que a integração entre quem somos e o que os dados mostram é o caminho para decisões mais humanas e estratégicas.

  1. Cultura flexível é prumo para atrair e engajar

“Cultura em transformação” virou mantra para reter e atrair talentos. A adaptabilidade deixa de ser diferencial: é estratégia essencial para quem quer se conectar de verdade com as pessoas, não é só uma política, é um jeito de agir.

  1. Responsabilidade social tem voz e precisa ralhar alto

O papel do RH vai muito além de tratamento interno. Tem que bater na porta da sociedade, questionar e provocar transformações. Empresas que se movem pelo senso de propósito com ações reais na comunidade mostram que o RH tem voz forte no futuro do Brasil e, olha, precisamos usar essa voz com responsabilidade mesmo.

  1. Carreiras não são mais linhas, são labirintos ricos

Ouvi “mercado em constante reinvenção” e “desenvolvimento não linear”. Isso significa que não existe mais trajetória predeterminada. Hoje, carreira pode ter bifurcações, redirecionamentos, somas inesperadas. O convite? Abrace essa complexidade e ajude seus times a também navegar nesse panorama dinâmico.

  1. Ambidestria organizacional, novo obrigatório

Organização que equilibra bem o cuidado com o que sustenta o core e a coragem para explorar o novo tem mais chances de prosperar. O termo foi “ambidestria”: capacidade de inovar sem descuidar do que já construímos. Choquei com a clareza da ideia — hora de revisar nossos conceitos sobre mudança e estabilidade.

  1. Inteligência atencional e EX digital, acolher também online

Num mundo hiperconectado, atenção virou raro e precioso. Estar presente, escutar de verdade, se importar de fato — principalmente nos ambientes digitais — é o que diferencia empresas que só funcionam das que realmente importam. Isso vale para experiência do colaborador (EX) e para toda jornada digital no RH.

E aí… o que isso significa de verdade?

Resumo prático para reflexão diária:

  • Inclua de verdade: diversidade não serve só para cage ou números: inclua idades, experiências, trajetórias.
  • Use os dados com alma: estatísticas precisam ressoar com comportamento e contexto.
  • Cultura madura é fluida: só muda quem tem estrutura para sustentar evolução constante.
  • RH como voz ativa no social: não dá pra fechar os olhos para impacto além dos muros da empresa.
  • Carreiras reinventáveis são o futuro: ensine seu time a se reinventar com agilidade.
  • Inove sem quebrar a base: ambidestria organizacional não é luxo: é sobrevivência estratégica.
  • Atenção importa mais que presença: no digital ou presencial, ouvir de verdade é poder.
  • Relacionamentos falam mais alto que discursos: estandes mostraram que presença com propósito conecta quem importa.