Redação Exame
Publicado em 16 de junho de 2025 às 15h07.
Eu nunca tive dúvidas da força do empreendedor brasileiro, mas, a cada vez que participo de eventos, converso com outros investidores ou vejo uma startup nacional se destacando lá fora, essa certeza só se reforça: o Brasil é uma potência gigante e o mundo todo já percebeu isso.
São diversas as marcas, empresas, artistas e empresários que se inspiram na nossa cultura, coragem e brilho. Quem ainda precisa se convencer, muitas vezes, somos nós mesmos.
Somos criativos e resilientes por natureza. Inovar, no nosso contexto, não é luxo: vem da busca por sobrevivência. E ainda assim, por muito tempo, internalizamos uma narrativa de escassez, de comparação desfavorável, de que aqui é sempre mais difícil. Isso precisa mudar.
Nós, brasileiros, temos um ecossistema de inovação vibrante, com empreendedores geniais que criam soluções reais para problemas graves. Temos negócios nascidos em comunidades periféricas que resolvem questões que o Vale do Silício sequer enxerga.
A famosa ‘’gambiarra’’, palavra que tem conotação negativa, nada mais é do que uma forma criativa de resolver problemas – o que, na verdade, é super positivo.
Rebranding é o processo de reposicionar uma marca no mercado, por meio da mudança de alguns elementos como slogan, linguagem, posicionamento e propósito, de forma que a percepção da marca pelo público seja transformada. A minha proposta é a de fazermos um rebranding interno do Brasil, de dentro para fora.
O que falta – além de apoio e investimento, claro – é confiança e, principalmente, o reconhecimento interno de que o Brasil é protagonista, não coadjuvante. Não é exagero dizer que o brasileiro, quando tem as ferramentas certas, compete de igual para igual com qualquer outro talento global, além de ter mais jogo de cintura, empatia e propósito.
Acredito que quem empreende, lidera ou investe no Brasil também tem o papel de amplificar essa visão. Não se trata de romantizar as dificuldades, pois sabemos que empreender no Brasil exige muito.
Mas é justamente por isso que quem prospera aqui desenvolve uma musculatura rara, com capacidades de adaptação e execução que impressionam qualquer estrangeiro.
Minha provocação é: e se a gente parasse de se enxergar com os olhos da insegurança e começasse a olhar com os olhos do futuro? Se lá fora o mercado já entende a potência do Brasil, está mais do que na hora de aprendermos a fazer isso também.