(Mauro Horita/Getty Images)
Colunista
Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 08h30.
Nas últimas semanas, o possível retorno de Neymar ao futebol brasileiro dominou os noticiários esportivos. Agora confirmada, a recontratação remete a um conceito que ultrapassa os gramados: o "profissional bumerangue". Assim como no esporte, no mundo corporativo é comum que profissionais retornem a empresas onde já trabalharam, atraídos por novas oportunidades, desafios ou conexões emocionais.
Contudo, mesmo que o ambiente pareça familiar, o retorno exige planejamento estratégico para garantir o sucesso nesta nova etapa. Quando bem estruturado, o "efeito bumerangue" pode ser altamente vantajoso, tanto para o colaborador quanto para a organização. Entretanto, o retorno não é necessariamente simples. Assim como Neymar encontrará um Santos completamente diferente daquele que deixou em 2013, profissionais que decidem voltar a uma empresa precisam estar preparados para lidar com mudanças naturais ao processo de evolução.
Aos empregadores, recontratar ex-funcionários traz benefícios claros, como o conhecimento prévio da cultura organizacional e a redução do tempo de adaptação. Aos profissionais, a volta representa uma chance de aplicar aprendizados adquiridos em outros contextos, assumir novos desafios e contribuir de forma mais madura. No entanto, esse cenário só será positivo se houver compreensão sobre o que mudou – tanto na organização quanto no próprio colaborador. Para quem está avaliando uma oportunidade de retorno, algumas reflexões e preparações são fundamentais:
Uma prática que acompanha essa tendência, e já vem ganhando destaque no exterior, é o desenvolvimento de “programas de ex-alunos corporativos” para manter o vínculo com antigos funcionários. Essas comunidades, formais ou informais, permitem que as empresas cultivem relacionamentos mutuamente benéficos com ex-colaboradores, que podem, eventualmente, retornar no futuro. Se bem aproveitadas, essas iniciativas podem ampliar a base de clientes em potencial, gerar indicações qualificadas, criar oportunidades de negócios e fortalecer a reputação da empresa no mercado.
Enquanto Neymar Jr abraçou a oportunidade de escrever um novo capítulo em sua história no Santos, profissionais bumerangue têm a chance de reinventar suas trajetórias em um ambiente que, embora conhecido, traz novos desafios e oportunidades. Em ambos os casos, o sucesso depende de preparação, adaptabilidade e um compromisso com propósitos claros.
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*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar