Geraldo Alckmin: vice-presidente do Brasil viaja ao México nesta semana para ampliar laços comerciais entre os países (Leandro Fonseca/Exame)
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 06h01.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, estará no México a partir desta terça-feira, 26. Ele estará em uma missão oficial para fortalecer as relações políticas e comerciais. Além de ampliar investimentos entre os dois países, segundo comunicado do MDIC.
Nesta visita, Geraldo Alckmin também terá uma audiência com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum, nesta quinta-feira, 28, para reforçar os laços políticos entre as nações e abordar estratégias para a América Latina. Alckmin e Sheinbaum devem debater temas de interesse para os dois países como negociações comerciais, segurança alimentar e transição energética.
"O México é um parceiro importante para o Brasil. Esta visita é uma oportunidade estratégica para aprofundarmos nosso diálogo político e, principalmente, para abrirmos novas frentes de comércio e investimento que gerarão prosperidade para nossos povos", afirma o vice-presidente, em nota.
De acordo com o MDIC, além da presidente mexicana e membros do governo, a reunião também deve contar com a participação de representantes do setor privado, com o propósito de avaliar oportunidades de negócio.
"Vamos nos reunir com o governo e com o setor privado para destravar oportunidades em áreas como indústria, agronegócio e saúde, fortalecendo a integração produtiva regional", diz Alckmin.
A comitiva contará com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura.
Também participam os presidentes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana; da Conab, Edegar Pretto; da Anvisa, Leandro Safatle; e representantes do Ministério da Saúde, Fiocruz e Instituto Butantan; além de empresários e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A ApexBrasil realizará na quarta-feira, 27, o Fórum Empresarial Brasil-México, que contará com a participação de Alckmin e Viana, ministros de ambos os países e mais de 250 empresários mexicanos e brasileiros, segundo a agência.
"A programação inclui seminário com palestras e mesas-redondas, reuniões setoriais e visitas técnicas a áreas como alimentos e bebidas, indústria aeroespacial, tecnologia, transição energética e saúde do México", diz a ApexBrasil em material sobre o evento.
A medida também envolve a isenção de cerca de 700 itens. Diante dessa pressão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que tem buscado diversificar as exportações brasileiras para mercados alternativos.
De acordo com um levantamento feito pela ApexBrasil nos 108 setores brasileiros sobretaxados, há 72 países alternativos aos Estados Unidos.
"Ao todo, foram mapeados 449 cruzamentos entre países e setores com oportunidades de negócios", diz a ApexBrasil. "O México está entre os dez destinos com maiores valores importados no conjunto de setores afetados pelo tarifaço, junto com China, Alemanha, Canadá, Reino Unido, Japão, Itália, Austrália, Argentina e Países Baixos."
A Apex também aponta, em seu estudo Perfil de Comércio e Investimentos do México, que, em 2024, os dois países registraram um comércio recíproco de US$ 13,6 bilhões – o que coloca o México como segundo principal destino das exportações brasileiras na América Latina e o 7º maior no mundo.
No ano passado, as exportações brasileiras ao México alcançaram o valor de US$ 7,8 bilhões. Entre os produtos vendidos ao mercado mexicano, destacam-se:
Já as importações do Brasil de produtos vindos do México somaram US$ 5,7 bilhões. O país latino-americano é o 9º maior fornecedor do mercado brasileiro, com destaque para:
O Mapa de Oportunidades da ApexBrasil apresenta 434 produtos com alto potencial de exportação do Brasil ao México, abrangendo setores estratégicos como veículos rodoviários, máquinas e equipamentos de geração de energia, produtos químicos, alimentos e bebidas.
Com a preparação do México para sediar a Copa do Mundo de 2026 e em um processo de modernização de sua infraestrutura e indústria, há um aumento da demanda por materiais de construção, iluminação, equipamentos esportivos e soluções sustentáveis – áreas nas quais o Brasil se destaca pela competitividade, segundo a ApexBrasil.
Entre as oportunidades identificadas, alguns setores e itens se sobressaem pelo alto volume de importação e pela competitividade brasileira.
"Itens como máquinas e transporte (US$ 77 bi em importações), químicos (US$ 16,6 bi) e artigos manufaturados (US$ 14 bi) aparecem nos grupos de maior demanda do México e que o Brasil já tem presença relevante, mas ainda com espaço para expandir", diz trecho de documento da ApexBrasil.