Economia

América Latina deve continuar em marcha lenta, diz FMI

A queda dos preços internacionais das commodities e condições financeiras mais duras no mercado externo devem pesar negativamente na atividade doméstica


	Bandeiras do Brasil: no país, baixa confiança do empresariado deve seguir contribuindo para nível fraco de investimento privado e crescimento econômico deve continuar sem brilho
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Bandeiras do Brasil: no país, baixa confiança do empresariado deve seguir contribuindo para nível fraco de investimento privado e crescimento econômico deve continuar sem brilho (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 18h15.

Washington - A América Latina deve continuar em marcha lenta, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI).

As exportações devem crescer, estimuladas pela maior expansão dos Estados Unidos, mas a queda dos preços internacionais das commodities e condições financeiras mais duras no mercado externo devem pesar negativamente na atividade doméstica.

O investimento privado deve seguir baixo, em meio aos problemas na infraestrutura, afirmou o diretor do Fundo para o Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira.

Mais do que nunca, diz Werner, os países da região devem ter velocidades diferentes de crescimento. Ele menciona as previsões de baixo crescimento para Argentina e Venezuela.

Já Colômbia e Peru devem ser destaques de expansão. O México, depois de crescer apenas 1,1% no ano passado, deve se recuperar e crescer 3% este ano.

No Brasil, a baixa confiança do empresariado deve seguir contribuindo para o nível fraco de investimento privado e o crescimento econômico deve continuar sem brilho.

O FMI voltou a rebaixar a previsão de expansão do Brasil e prevê alta de 1,8% do PIB este ano. O País deve avançar no ajuste fiscal e em conter a inflação.

Uma das decepções na região é o comportamento recente do investimento privado, não apenas no Brasil, mas em outros países. Werner cita que ocorreu uma desaceleração importante na América Latina.

O crescimento real nos seis principais países da região baixou do nível de dois dígitos em 2010 para menos de 5% em 2013 e deve recuar para menos de 3% este ano.

A América Latina como um todo deve crescer 2,5% em 2014, abaixo dos 2,7% do ano passado. A região deve ficar abaixo da média dos países emergentes, de 4,9%, e dos desenvolvidos, de 3,6%.

Werner alerta para riscos que rondam as economias da América Latina, tanto externos como internos. A desaceleração no crescimento da China deve contribuir para manter em queda os preços das commodities pelos próximos dois anos, afirmou Werner aos jornalistas. Há o risco, disse ele, de um recuo ainda mais forte nos preços destes produtos, caso a China cresça menos que o previsto.

Riscos

Outro risco importante é a mudança da política monetária dos Estados Unidos, que pode provocar "crescente volatilidade" nos fluxos internacionais de capital, sobretudo em países com maior fragilidade nas contas externas, alta inflação e espaço limitado de manobra nas políticas econômicas, afirma ele, sem citar nomes.

Pelo lado doméstico, fracas posições nas contas fiscais são uma "importante vulnerabilidade". Em alguns países, é preciso ainda monitorar o aumento do endividamento das empresas. Werner não citou o Brasil, mas no relatório Estabilidade Financeira Global o FMI menciona preocupação com o passivo corporativo na economia brasileira.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoeconomia-brasileiraFMI

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron