Economia

Analistas preveem desempenho fraco do comércio no Natal

Levantamentos feitos com base nas vendas para o Dia das Crianças mostraram crescimento na faixa de 3%, 3,5%, abaixo dos números no ano passado


	Compras de Natal: projeção da FecomercioSP é de que as vendas devam crescer de 3% a 4% tanto no Natal como fim do ano em relação a 2012
 (Ian Gavan/Getty Images)

Compras de Natal: projeção da FecomercioSP é de que as vendas devam crescer de 3% a 4% tanto no Natal como fim do ano em relação a 2012 (Ian Gavan/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2013 às 20h35.

São Paulo - A desaceleração do crescimento da massa salarial, tanto pela redução do rendimento como da ocupação, o impacto corrosivo da inflação no orçamento das famílias e o ritmo fraco da atividade são algumas das variáveis que podem extrapolar para o Natal o fraco desempenho das vendas para o Dia das Crianças. É o que observa a economista da Tendências Consultoria Integrada Mariana Oliveira.

Todos os levantamentos feitos com base nas vendas para o Dia das Crianças mostraram crescimento na faixa de 3%, 3,5%, abaixo dos números no ano passado, que foram de 5,5% a 7,7%, dependendo da entidade autora da pesquisa. Para alguns especialistas que viam no Dia das Crianças um termômetro de como seriam as vendas do Natal, o resultado pode ter sido frustrante.

Para a economista da Tendências, o que aconteceu com o Dia das Crianças e que prevalece para o ano é que a taxa de crescimento do varejo está mais baixa que no ano passado. "Para dezembro a expectativa é de que as vendas cresçam 0,5%, taxa bem abaixo do patamar histórico, e para o ano a expansão esperada é de 2,6%", disse a economista. No ano passado, as vendas cresceram 8,4%, conforme números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a avaliação é um pouco mais positiva, mesmo assim a previsão de crescimento das vendas para o Natal e acumulado do ano é inferior às verificadas no ano passado. A projeção da FecomercioSP é de que as vendas devam crescer de 3% a 4% tanto no Natal como fim do ano em relação a 2012.

"Esta questão de como está a perspectiva para o Natal está associada ao potencial do consumidor", disse Fernanda. Assim, a FecomercioSP toma como referência a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), que vem apresentando oscilações do nível de endividamento. Em dezembro do ano passado, a PEIC estava em 46,3%. Atingiu o pico de 57,1% em abril e recuou para 52,6% em agosto, taxa que se repetiu em setembro.

"Observamos também que houve queda da inadimplência, de 18,7% em julho para 17,4% em agosto e para 13,9% em setembro. "O endividamento está estabilizado e a inadimplência está em queda", disse a assessora econômica da FecomercioSP. Isso, de acordo com ela, mostra que o consumidor que tinha alguma dívida deve se habilitar para contrair novos empréstimos em dezembro. "A tendência é melhorar com o pagamento do 13º salário", disse. Ela destaca, no entanto, que esse consumidor mais ressabiado certamente lembrará dos custos pós-Natal, quando chega o período de pagamentos de taxas, impostos e mensalidades escolares, que encurtam o orçamento.

Acompanhe tudo sobre:Comércioeconomia-brasileiraInflaçãoNatalVarejo

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron