Economia

Aneel mantém bandeira vermelha 1 em novembro; conta de luz segue com cobrança a mais

Segundo um comunicado da agência, ainda não é possível abaixar adicional, em razão da condição hídrica desfavorável

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 31 de outubro de 2025 às 20h09.

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira, 31, que a bandeira tarifária para o mês de novembro continuará no nível vermelho patamar 1. Com isso, o valor adicional cobrado na conta de luz permanece inalterado.

A decisão se aplica a todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional, rede que integra a maior parte da geração e distribuição de energia no país.

A atual tarifa entrou em vigor em outubro, substituindo a bandeira vermelha patamar 2, que havia sido aplicada em setembro. Segundo comunicado da Aneel, a manutenção do patamar tarifário ocorre em razão da persistência de um cenário hídrico desafiador.

"O cenário segue desfavorável para a geração hidrelétrica em razão do volume de chuvas abaixo da média e à redução nos níveis dos reservatórios. Dessa forma, para garantir o fornecimento de energia, é necessário acionar usinas termelétricas, que têm custo mais elevado, justificando a manutenção da bandeira vermelha patamar 1", explica em nota

A bandeira tarifária é um mecanismo que sinaliza os custos de geração de energia aos consumidores, variando conforme as condições de oferta — especialmente a disponibilidade de recursos hídricos para abastecer as usinas hidrelétricas.

A Aneel manteve a bandeira tarifária no nível vermelho patamar 1 para o mês de novembro, segundo o anúncio feito nesta sexta-feira, 31. O valor adicional cobrado na conta de luz continuará o mesmo, impactando consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional, a rede que abastece a maior parte do país.

A tarifa atual está em vigor desde outubro, substituindo o patamar vermelho 2, aplicado em setembro. De acordo com a Aneel, a manutenção da bandeira se deve ao cenário hídrico ainda considerado desfavorável, o que exige maior uso de usinas termelétricas, mais caras que as hidrelétricas.

O que significa cada bandeira da conta de luz?

Implantado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias foi criado para tornar mais transparente um custo que já fazia parte da conta de energia. Antes da adoção das bandeiras, as variações no custo de geração eram repassadas ao consumidor apenas no reajuste anual da tarifa, corrigidas pela taxa básica de juros, a Selic.

O mecanismo utiliza um código de cores para indicar o custo da geração de energia:

  • Bandeira verde: condições favoráveis. Sem acréscimo na tarifa.
  • Bandeira amarela: geração menos favorável. Acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.
  • Bandeira vermelha patamar 1: geração mais custosa. Acréscimo de R$ 4,463 a cada 100 kWh.
  • Bandeira vermelha patamar 2: geração com custo ainda mais elevado. Acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 kWh.

Segundo a Aneel, o objetivo das bandeiras é oferecer ao consumidor um sinal de preço mais imediato, permitindo ajustar o consumo de energia conforme as condições de oferta.

Na prática, embora o sistema de bandeiras não represente um novo encargo, ele antecipa os efeitos da escassez de recursos como a água em reservatórios e o consequente uso de fontes mais caras. A lógica é sinalizar ao consumidor o custo real da geração de energia no momento do consumo.

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