Economia

Arábia Saudita mantém mercado de petróleo apertado

Em vez de concluir precocemente um acordo sobre corte de produção, o ministro saudita de Energia afirma ser melhor desabastecer o mercado

Petróleo: os preços caíram quase 15 por cento nas últimas três semanas, devido aos temores sobre a inflação global e o aumento da produção de petróleo nos EUA (Getty Images/Getty Images)

Petróleo: os preços caíram quase 15 por cento nas últimas três semanas, devido aos temores sobre a inflação global e o aumento da produção de petróleo nos EUA (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 18h47.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2018 às 18h49.

Riad - A Opep faria melhor em deixar o mercado de petróleo um pouco desabastecido em vez de concluir precocemente um acordo sobre corte de produção, disse o ministro saudita de Energia, Khalid al-Falih, nesta quarta-feira.

Os preços do petróleo caíram quase 15 por cento nas últimas três semanas, juntamente com um declínio mais amplo no mercado de ações, devido aos temores sobre a inflação global e o aumento da produção de petróleo nos Estados Unidos.

O declínio ocorre em um momento ruim para a Arábia Saudita, que precisa de preços de petróleo altos e estáveis para levar adiante a oferta pública de ações (IPO) da gigante Saudi Aramco, a qual tem potencial para ser a maior listagem de ações do mundo.

"Se tivermos de errar um pouco sobre o equilíbrio do mercado, que seja assim", disse Falih depois de se encontrar com o ministro russo de Energia, Alexander Novak, em Riad.

Novak e outras autoridades russas também se reuniram com o rei saudita Salman na capital do país, nesta quarta-feira.

"Em vez de desistirmos muito cedo e descobrir que estávamos lidando com informações pouco confiáveis​​... (melhor) manter o curso e certificar-se de que os estoques estão nos níveis necessários à indústria", disse Falih.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, da qual a Arábia Saudita é líder de fato, concordou em prolongar os cortes de oferta de petróleo com a Rússia e outros produtores até o final de 2018.

Moscou, no entanto, sinalizou que uma saída gradual pode ser necessária a partir do segundo semestre deste ano.

Falih insistiu que os cortes continuarão em todo o ano de 2018 e, para evitar impactos ao mercado, qualquer saída depois seria muito gradual.

Nesta quarta-feira, Falih disse que a Opep e seus aliados teriam de considerar nos próximos meses como ajustar as metas, incluindo a forma de medir a média de cinco anos dos estoques de petróleo.

 

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