Agência de Notícias
Publicado em 27 de março de 2025 às 15h03.
Última atualização em 27 de março de 2025 às 15h46.
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, revelou nesta quinta-feira que o governo de Javier Milei está negociando um empréstimo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e afirmou que está conversando com outras organizações financeiras internacionais para obter créditos adicionais a fim de reforçar as reservas monetárias do país.
“O valor acertado é de US$ 20 bilhões”, anunciou Caputo durante a 23ª conferência anual sobre Regulamentação e Supervisão de Seguros na América Latina, realizada na Bolsa de Valores de Buenos Aires.
Caputo disse que, em paralelo ao acordo de extensão de facilidades que está sendo buscado com o FMI, a Argentina está negociando com o Banco Mundial (BM), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) fundos adicionais — cujo montante ele não especificou — para aumentar as reservas do Banco Central do país.
“Além disso, estamos negociando com BM, BID e CAF um pacote adicional de fundos livremente disponíveis para fortalecer as reservas do Banco Central. Esse é o objetivo do novo acordo”, declarou o ministro da Economia, sem dar mais detalhes.
Também afirmou que as reservas brutas do Banco Central argentino aumentarão para US$ 50 bilhões — do nível atual de US$ 26,246 bilhões — e que esse acordo com o Fundo será “diferente” porque a Argentina já fez o “ajuste” fiscal necessário para colocar ordem na macroeconomia.
Depois de quase duas semanas de pressão sobre a taxa de câmbio devido à incerteza dos investidores sobre os detalhes do eventual acordo com o FMI e o futuro da política cambial da Argentina, Caputo disse que havia solicitado à diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, “permissão” para revelar o valor do empréstimo que está sendo negociado.
“Seria bom se ela pudesse dizer o valor que acertamos e que a equipe vai submeter à aprovação do conselho”, acrescentou.
O Congresso argentino já deu o aval a um decreto de Milei que autoriza o governo a assinar um novo acordo com o FMI.
Até o momento, sabia-se apenas que o acordo em negociação incluirá um empréstimo a ser pago em dez anos, com um período de carência de quatro anos e meio para pagamentos de capital e uma taxa de juro de 5,63% ao ano, assim como um programa econômico de quatro anos, com revisões periódicas do cumprimento das metas.
O governo argentino assegurou que os fundos serão usados para comprar títulos do Tesouro na carteira do Banco Central para fortalecer seu balanço patrimonial e pagar parte dos vencimentos da dívida pendente com o FMI, que atualmente chega a US$ 41.363 milhões.