Embalagens de alumínio: associação defende ações setoriais fragmentadas e adotar uma estratégia nacional que valorize suas vantagens competitivas estruturais (CBA/Divulgação)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 4 de junho de 2025 às 14h49.
Última atualização em 4 de junho de 2025 às 14h50.
A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) manifestou, em nota divulgada nesta quarta-feira, 4, "profunda preocupação" com a decisão dos Estados Unidos de aumentar de 25% para 50% a tarifa de importação sobre o alumínio brasileiro.
O anúncio, segundo a entidade, reforça o cenário de instabilidade nas relações comerciais globais e expõe vulnerabilidades para o setor industrial nacional. A Abal também alertou para o risco de uma nova escalada tarifária e defendeu uma abordagem estratégica para o reposicionamento do Brasil nas cadeias globais de valor.
De acordo com a Abal, até 90% do alumínio primário produzido nos Estados Unidos tem origem em insumos brasileiros, o que mostra a complementaridade produtiva entre os dois países.Em 2024, os Estados Unidos absorveram 16,8% das exportações brasileiras de alumínio, com foco em chapas e folhas. A nova tarifa, imposta sob a Seção 232 do Trade Expansion Act, ameaça ampliar ainda mais a volatilidade no comércio internacional.
A entidade também informou que a decisão americana deve ser encarada não apenas como uma medida isolada, mas como um reflexo de um ambiente geopolítico instável, com crescente protecionismo e disputas comerciais.
"O momento exige ações coordenadas tanto no curto quanto no longo prazo, para mitigar os impactos da medida e buscar novos caminhos para fortalecer a soberania industrial do Brasil", informou a associação.
A Abal defendeu que o Brasil deve evitar ações setoriais fragmentadas e adotar uma estratégia nacional que valorize suas vantagens competitivas estruturais, como a 4ª maior reserva de bauxita do mundo e a 3ª maior produção de alumina.