Economia

BCE reduz taxa de juros e destaca deflação

Taxas de juros do Banco Central Europeu atingiram os limites e é pouco provável que registrem nova redução, indicou o presidente da instituição


	O presidente do BCE, Mario Draghi: "atingimos os limites em termos de taxas reduzidas"
 (Arne Dedert/AFP)

O presidente do BCE, Mario Draghi: "atingimos os limites em termos de taxas reduzidas" (Arne Dedert/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 13h08.

Frankfurt - As taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) atingiram os limites e é pouco provável que registrem uma nova redução, indicou o presidente da instituição, Mario Draghi.

"Tecnicamente, considero que hoje atingimos os limites em termos de taxas reduzidas", disse Draghi após a reunião do comitê de política monetária que decidiu reduzir a taxa básica de 0,25% a 0,15%, recorde mínimo histórico, e transportou para o campo negativo a taxa de depósitos (-0,10%).

A taxa marginal de empréstimos caiu de 0,75% a 0,40%.

Além disso, o BCE decidiu facilitar liquidez aos bancos para estimular o crédito para empresas e particulares.

"As novas taxas de juros vão permanecer por muito tempo", advertiu Draghi.

"Talvez mais do que pensávamos", completou, mas sem descartar "ajustes técnicos" à margem.

Desde que em julho de 2013 o BCE começou a divulgar indicações sobre os passos futuros ("forward guidance"), a instituição sempre destacou que as taxas permaneceriam estáveis ou seriam reduzidas m caso de necessidade, mas Draghi descartou pela primeira vez a segunda parte da frase de seu discurso.

Mas afirmou que as taxas permanecerão no atual nível até que a economia europeia levante realmente a cabeça.

"As taxas de juros vão aumentar quando a recuperação for concretizada", disse.

Ao mesmo tempo, o BCE afirmou que não observa pressões deflacionistas na Eurozona.

"Não vemos deflação. Não vemos o típico caso de expectativas deflacionistas autocumpridas, não vemos os consumidores adiando os planos de compra", afirmou Draghi.

Mas o BCE revisou para baixo as previsões de inflação na Eurozona até 2016. A instituição prevê agora uma alta de preços de 0,7% este ano, 1,1% em 2015 e 1,4% em 2016.

Também prevê crescimento de 1% para a Eurozona em 2014, contra 1,2% na estimativa de março, mas aumentou a previsão para 2015 a 1,7% (1,5% antes).

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