EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h16.
A Bolívia quer dobrar o preço do gás natural vendido para o Brasil. Atualmente, a Petrobras paga 3,25 dólares por milhão de BTU (unidade térmica britânica, que serve de referência mundial para venda de gás). Nesta terça-feira (30/5), porém, o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz, afirmou que espera elevar o valor para 7,50 dólares. A cifra supera as declarações anteriores do governo vizinho. Logo após a nacionalização do setor petrolífero, em 1º de maio, o presidente da Bolívia, Evo Morales, havia declarado que pretendia elevar o combustível em até 60%. Em contrapartida, a Petrobras mantém a posição de não negociar nenhum reajuste fora dos previstos em contrato.
Segundo Soliz, os 7,50 dólares pretendidos baseiam-se no valor pago pelas indústrias de São Paulo pelo óleo combustível que compram para substituir o gás natural boliviano. "Perguntamos aos brasileiros se não é correto de nossa parte pedir-lhes também o preço de mercado que eles pagam por seu combustível", declarou o ministro ao jornal boliviano El Deber.
Soliz admitiu, porém, que as negociações encontram-se "congeladas" e, para destravá-las, ele pretende recorrer novamente ao seu equivalente brasileiro, o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau. "Quero dizer aos amigos da Petrobras que queremos levar adiante a negociação, com o máximo de respeito e de benefício mútuos", afirmou Soliz. Após a nacionalização, o governo boliviano determinou um prazo de 180 dias para que novos contratos sejam negociados e assinados com as petroleiras que atuam no país. Nesse período, será cobrado um imposto de 82% sobre a produção dos campos de petróleo.