Economia

Brasil capta US$ 2,25 bi com emissão de títulos sustentáveis, diz Tesouro

Valor arrecadado deve ser destinado para sustentabilidade e para a mitigação das mudanças climáticas

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 21h35.

Tudo sobreTesouro Nacional
Saiba mais

O Tesouro Nacional arrecadou US$ 2,25 bilhões nesta quinta-feira com uma nova emissão de títulos da dívida pública no mercado norte-americano, que representam os "novos títulos sustentáveis".

Batizado de GLOBAL 2033 Sustentável, o título sustentável tem vencimento em 2033. Além disso, a operação também resultou na reabertura do atual benchmark de 10 anos, o GLOBAL 2035, segundo o comunicado.

"O GLOBAL 2033 foi emitido no montante de US$ 1,5 bilhão, com cupom de juros de 5,500% a.a., cujo pagamento semestral será realizado a cada dia 04 dos meses de fevereiro e agosto", explicou o Tesouro Nacional.

"A emissão foi realizada ao preço de 98,515% do seu valor de face, resultando em uma taxa de retorno para o investidor de 5,75% a.a., que corresponde a um spread de 187,4 pontos-base acima da Treasury de referência (título do Tesouro norte-americano), prêmio de risco historicamente baixo, refletindo a percepção favorável do mercado internacional quanto à credibilidade do país", disse o Tesouro.

De acordo com o Tesouro Nacional, os recursos captados com os títulos sustentáveis serão direcionados exclusivamente para despesas que promovam a sustentabilidade, além de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas e para a conservação de recursos naturais.

Por outro lado, os títulos com vencimento em 2035, conhecidos como "benchmarks", funcionam como referência para preço e prazo. Eles ajudam o mercado a estabelecer o risco associado ao empréstimo de recursos ao Brasil, impactando, por consequência, as condições de crédito para empresas brasileiras no exterior.

Interesse dos investidores

Por outro lado, os títulos com vencimento em 2035 tiveram um volume ampliado em US$ 750 milhões, aumento de 30% sobre a emissão original, que somadas à primeira reabertura totalizam US$ 4,5 bilhões em circulação.

"A forte demanda pela reemissão do título lançado apenas no início deste ano evidencia a confiança dos investidores na robustez e atratividade da dívida soberana brasileira", afirma o Tesouro Nacional.

A emissão atraiu interesse de investidores, com mais de 150 participantes no livro de ofertas. A demanda superou em cerca de três vezes o volume emitido, com o livro de ordens chegando a US$ 6,7 bilhões em seu pico. Segundo a instituição, a alocação contou com participação de investidores não residentes e de contas ESG, sendo 74% oriundos de Europa e América do Norte.

Esses papéis servem para o Brasil obter recursos no mercado internacional para se preparar para o pagamento de dívidas futuras em moeda estrangeira.

De acordo com o Tesouro, o objetivo dessa operação é dar sequência à estratégia de fortalecer a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, oferecendo uma referência para o setor corporativo, além de antecipar o refinanciamento das dívidas em moeda estrangeira.

"A emissão contribui para a redução do custo de financiamento e fortalece pontos estratégicos da curva, frequentemente utilizados como referência por emissores corporativos".

A operação contou com a liderança dos bancos Citibank, Deutsche Bank e Goldman Sachs.

Os recursos obtidos com a emissão serão utilizados para pagar uma parte da dívida pública externa já existente, o que pode contribuir para a melhoria do perfil da dívida e aumentar a segurança para os investidores.

(Com informações da agência O Globo)

Acompanhe tudo sobre:Títulos de capitalizaçãoTítulos públicosSustentabilidadeTesouro Nacional

Mais de Economia

CNI entrega a Alckmin propostas para subsidiar negociação com EUA sobre tarifas

Estado de SP abre 37 mil novas empresas em outubro, recorde histórico

Lula celebra aprovação da isenção do IR no Senado: 'Justiça tributária'