Economia

Brasil defende barreiras em documento à OMC

País insiste com a Organização Mundial do Comércio que as elevações de tarifas e imposições de barreiras são "justificadas" quando uma moeda sofre uma valorização

O Ministério da Fazenda, porém, fez questão de levar o caso à OMC, mesmo sendo criticado no órgão (Agência Brasil)

O Ministério da Fazenda, porém, fez questão de levar o caso à OMC, mesmo sendo criticado no órgão (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 10h32.

Genebra - O governo brasileiro entregou ontem um pedido oficial para que a Organização Mundial do Comércio (OMC) avalie a criação de mecanismos para compensar países por valorizações em suas moedas. Recorrendo a tratados de mais de 50 anos, o Brasil insiste que elevações de tarifas e imposições de barreiras são "justificadas" quando uma moeda sofre uma valorização importante.

Em Genebra, membros da OMC alertam que a ofensiva brasileira é apenas uma "cortina de fumaça" para desviar a atenção do principal problema: a falta de competitividade da indústria nacional. Nos últimos meses, o Brasil tem alertado que levaria o tema da "guerra das moedas" à OMC. Mas a iniciativa foi acompanhada também por mais de 70 barreiras contra produtos estrangeiros adotados nos últimos meses.

O último deles foi a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados. Na entidade que serve de referência para o comércio internacional, a barreira anunciada na semana passada foi vista como mais uma tentativa do governo de transformar op roduto importado no vilão.

"A percepção de muitos é de que o governo tenta criar um culpado estrangeiro para o problema, quando na realidade a variação cambial escancara a falta de competitividade do produto nacional", afirmou um experiente diplomata.

O Ministério da Fazenda, porém, fez questão de levar o caso à OMC, mesmo sendo criticado no órgão. O Itamaraty chegou a pedir cautela à equipe de Guido Mantega. Mas, ainda assim, foi adiante, sob ordens da Fazenda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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