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Câmara aprova MP que permite pagamento extra a servidores para reduzir fila de 2 milhões do INSS

Em junho, já eram 2,44 milhões de requerimentos por benefícios sociais e da Previdência na espera

Agência o Globo
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Publicado em 7 de agosto de 2025 às 15h02.

Última atualização em 7 de agosto de 2025 às 15h08.

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Cerca de 12 horas após o plenário ter sido desobstruído, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira, o texto-base da medida provisória do governo federal para tentar reduzir a fila de atendimento do INSS. Para revisar e reavaliar benefícios previdenciários, a MP cria o "Programa de Gerenciamento de Benefícios" com o pagamento de um benefício extraordinário aos servidores.

Publicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 de abril, ela precisa ser aprovada no Congresso antes de 12 de agosto. O texto segue para o Senado.

A medida provisória prevê R$ 68 por processo concluído e também R$ 78 por perícia ou análise documental realizada. Os valores são semelhantes aos pagos até dezembro de 2024. O programa contará com a participação voluntária de servidores do INSS e da Perícia Médica Federal.

A prioridade serão processos pendentes há mais de 45 dias ou com prazo judicial expirado. Também serão contempladas perícias médicas realizadas em unidades sem oferta regular de serviço, com agendamento superior a 30 dias ou prazo judicial vencido, e avaliações sociais voltadas para o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O programa terá validade inicial de 12 meses e pode ser prorrogado uma vez, desde que não ultrapasse o prazo final de 31 de dezembro de 2026.

A MP estabelece que a participação dos servidores no programa não pode prejudicar os atendimentos regulares da Previdência Social.

Os pagamentos continuam sujeitos à autorização orçamentária anual. Também haverá um ato conjunto dos ministérios da Previdência, Gestão Pública e Casa Civil para definir detalhes operacionais, como critérios de adesão, priorização de processos e limites de pagamento.

De acordo com estudo da Secretaria de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), está prevista economia de R$ 4,58 bilhões anuais após completada a revisão de 2,4 milhões de benefícios assistenciais.

A relatora, senadora Zenaide Maia (PSD-RN), acatou três das 30 emendas apresentadas ao texto original do Executivo. As emendas determinam a divulgação periódica das metas e dos resultados do programa nos portais oficiais do Ministério da Previdência Social e do INSS. Estabelecem ainda que o programa deve utilizar tecnologias acessíveis para comunicação com os beneficiários, facilitando seu uso e inclusão.

A fila de espera do INSS fechou o ano de 2024 com 2,042 milhões de requerimentos por benefícios sociais e da Previdência. É o maior número de requerimentos aguardando análise em todo o governo Luiz Inácio Lula da Silva, que na campanha prometeu acabar com a fila. Em junho, essa fila subiu para 2,443 milhões.

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