Economia

Câmbio, soja e minério ajudam no superávit comercial

Balança comercial registrou em setembro o segundo melhor resultado mensal do ano, com superávit de US$ 2,147 bilhões


	Containers no Porto de Santos: exportações brasileiras somaram 20,9 bilhões de dólares no mês passado, queda de 5 por cento 
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Containers no Porto de Santos: exportações brasileiras somaram 20,9 bilhões de dólares no mês passado, queda de 5 por cento  (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2013 às 17h52.

Brasília - A balança comercial brasileira registrou em setembro o segundo melhor resultado mensal do ano, com superávit de 2,147 bilhões de dólares, levemente acima da expectativa do mercado, refletindo em parte a desvalorização do real ante o dólar, O resultado do mês também foi favorecido por embarques maiores de soja e o aumento da cotação do minério de ferro, disse o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta terça-feira.

Mas apesar do superávit no mês, a balança continua registrando déficit no acumulado do ano de 1,6 bilhão de dólares --o pior resultado para o período de janeiro a setembro em 15 anos. No mesmo período do ano passado, a balança acumulava superávit de 15,7 bilhões de dólares.

As exportações brasileiras somaram 20,9 bilhões de dólares no mês passado, queda de 5 por cento pela média diária em relação ao mesmo período de 2012. Em relação a agosto, contudo, as exportações subiram 2,7 por cento.

Já as importações totalizaram 18,85 bilhões de dólares em setembro, queda de 2,2 por cento em relação a agosto e a setembro do ano passado, também pela média diária.

O desempenho do mês passado veio um pouco acima do esperado pela mediana das estimativas dos especialistas consultados pela Reuters, com projeção de superávit de 2 bilhões de dólares.

Ajudaram no desempenho das exportações o aumento de 66 por cento no valor arrecadado com o embarque de soja em grão em relação a média diária de setembro de 2012 e a valorização de 9,4 por cento nos preços internacionais do minério de ferro na mesma comparação.

Segundo o secretário de Comércio Exterior (Secex), Daniel Godinho, o câmbio desvalorizado começou a melhorar as vendas dos produtos brasileiros, ajudando a elevar, por exemplo, em 60 por cento as exportações de automóveis feitas no mês passado.

No lado das importações, o dólar mais caro foi determinante na redução em 11 por cento nas compras no exterior de bens de consumo não duráveis.


"A tendência é de redução das importações de bens de consumo duráveis", disse o secretário.

O dólar registra alta de 11,35 por cento ante o real desde o início de maio, quando a perspectiva de mudança na política monetária dos Estados Unidos levou os investidores saírem de mercados emergentes e buscarem ativos mais seguros.

Conta Petróleo Deficitária

A despeito da melhora do saldo comercial em setembro, o resultado acumulado nos nove primeiros meses mostra uma balança comercial castigada pela retração do comércio internacional, pelo avanço das importações e pelo alto déficit na conta petróleo.

Nos novo primeiros meses do ano, as exportações somaram 177,7 bilhões de dólares, queda de 1,6 por cento pela média diária frente a igual período do ano passado, enquanto as importações subiram 8,7 por cento, para 179,3 bilhões de dólares.

Entre janeiro e setembro a conta petróleo registrou déficit de 16,5 bilhões de dólares-- mais de 570 por cento superior ao déficit de 2,4 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado.

Apesar desse resultado ruim, para Godinho, a tendência dos próximos meses é que a produção interna de petróleo e derivados aumente, levando à ampliação das exportações desses insumos e redução no saldo negativo na conta.

"O resultado da balança no fim do ano depende da conta petróleo e do câmbio", disse.

A dinâmica ruim das operações de comércio exterior levou o Banco Central a fazer uma drástica redução para 2 bilhões de dólares ante 7 bilhões de dólares na previsão anterior de superávit comercial para 2013.

Exportações fracas e importações em alta foram, também, um dos motivos que levaram o BC a reduzir para 2,5 por cento ante 2,7 por cento a previsão de expansão da economia este ano.

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