Economia

Canadá avalia apoio à indústria de carros após ameaça tarifária dos EUA

Presidente americano, Donald Trump, disse no mês passado que pode impor tarifas de até 25% sobre automóveis fabricados no exterior

Indústria automobilística: setor gera 500 mil empregos diretos e indiretos e contribui com cerca de 80 bilhões de dólares canadenses para a economia local por ano (Ty Wright/Bloomberg)

Indústria automobilística: setor gera 500 mil empregos diretos e indiretos e contribui com cerca de 80 bilhões de dólares canadenses para a economia local por ano (Ty Wright/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 18 de junho de 2018 às 19h09.

Ottawa, Canadá - O Canadá está considerando todas as opções, inclusive conceder apoio financeiro para a indústria automobilística, para lidar com as possíveis tarifas norte-americanas, disse um ministro federal, apesar das autoridades expressarem dúvidas quanto a Washington impor medidas punitivas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no mês passado que pode impor tarifas de até 25 por cento sobre automóveis fabricados no exterior, o que poderia causar grandes prejuízos econômicos ao Canadá e a uma indústria norte-americana altamente integrada.

Depois que Trump cobrou tarifas sobre aço e alumínio canadenses em 31 de maio, ministros do governo prometeram apoiar os setores, e o ministro da Inovação, Navdeep Bains, disse à Reuters que o mesmo tipo de ajuda poderia estar pronta para a indústria automobilística.

"Estamos examinando todas as opções ... nossa opinião é que, se qualquer medida for tomada, vamos apoiar nossos trabalhadores", disse ele em uma entrevista na semana passada.

"A mensagem que eu transmitiria aos trabalhadores do setor automotivo é --nós te apoiaremos."

O projeto pode chegar a bilhões de dólares, dependendo da extensão do apoio do governo ao setor, que representa cerca de 500 mil empregos diretos e indiretos e contribui com cerca de 80 bilhões de dólares canadenses (60,5 bilhões de dólares) para a economia por ano.

Uma análise do Scotiabank divulgada na sexta-feira disse que as tarifas de aço e automóveis reduziriam o crescimento do Canadá para 1,2 por cento em 2020, ante 2,1 por cento em 2018, o suficiente para forçar o Banco do Canadá a reduzir as taxas.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, já está sob pressão por quebrar a promessa de equilibrar o orçamento federal até 2020. Ottawa diz que agora não há prazo para eliminar o déficit.

Trudeau --em declarações à Reuters e outros meios de comunicação-- disse achar que a ameaça das tarifas de automóvel é impulsionada nas negociações para atualizar o Acordo do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), onde Canadá e México estão resistindo às exigências dos EUA por grandes mudanças.

Uma fonte do governo canadense, pontuando que um automóvel cruza a fronteira dos países seis ou sete vezes antes de ser concluído, sugeriu que a ameaça era impraticável.

"Quando você imporia a tarifa --a primeira vez? A quinta vez? A sétima vez?" perguntou o funcionário, que pediu para permanecer anônimo dada a sensibilidade da situação.

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