Economia

CMVM de Portugal suspende instrumentos financeiros do BES

Entre os instrumentos financeiros suspensos, encontram-se obrigações hipotecárias, subordinadas, perpétuas, assim como notas de crédito


	Autoridades decidiram salvar o BES, criando um "banco bom", expurgado dos ativos tóxicos
 (Mario Proenca/Bloomberg)

Autoridades decidiram salvar o BES, criando um "banco bom", expurgado dos ativos tóxicos (Mario Proenca/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 08h29.

Lisboa - A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal suspendeu a negociação de um amplo conjunto de instrumentos financeiros do Banco Espírito Santo (BES), após o país ter salvo o banco através da injeção de fundos e da criação do "Novo Banco", anunciou o regulador em comunicado.

Entre os instrumentos financeiros suspensos, encontram-se obrigações hipotecárias, subordinadas, perpétuas, assim como notas de crédito.

O regulador de mercado afirmou que a negociação desses instrumentos financeiros está suspensa até a divulgação de informação relevante sobre os mesmos.

O presidente do Banco de Portugal anunciou no domingo à noite que as autoridades portuguesas decidiram salvar o BES, criando um "banco bom", expurgado dos ativos tóxicos, e usando 4,9 bilhões de euros para capitalizar o "Novo Banco".

"Ainda é muito cedo para perceber as reais repercussões desta decisão, mas a reação inicial do mercado é um pouco de crença que os outros bancos não serão contagiados pelos problemas", disse José Novo, operador da Orey Financial.

Ele acrescentou que "não há ainda nada muito concreto sobre o que vai acontecer aos ativos tóxicos do banco, ainda há uma incerteza muito elevada". "Falta muita água correr debaixo da ponte", destacou.

De acordo com o plano divulgado no domingo, as ações do BES deixarão de ser cotadas na Euronext Lisbon, ficando grande parte da responsabilidade dos ativos tóxicos para os acionistas e credores subordinados.

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