Petrobras: governo defende que a estatal reduza os preços dos combustíveis diante da que da no custo do petróleo no mercado internacional (Agência Petrobras/Divulgação)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 7 de abril de 2025 às 17h58.
Última atualização em 7 de abril de 2025 às 19h34.
A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de aumentar a produção de barris da commodity a partir de maio já se refletiu no redução do custo do produto e o governo brasileiro passou a defender que Petrobras reduza os preços do diesel e gasolina.
O preço do petróleo já acumula redução de 15% em abril. Segundo técnicos da gestão petista, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem dialogado com a presidente da estatal, Magda Chambriard, para que a companhia possa repassar essa queda para os preços dos combustíveis.
A avaliação inicial do governo é que o preço do diesel poderia ser reduzido mais uma vez nas próximas semanas e o da gasolina, na sequência. Entretanto, não há prazo para que essa decisão seja tomada pela Petrobras.
Como mostrou a EXAME, a Petrobras diminuiu na última terça-feira, 1º de abril, o preço de venda de diesel A para as distribuidoras. A queda do valor foi de R$ 0,17 por litro.
A redução do preço dos combustíveis tem potencial para aliviar a inflação no Brasil. Como o transporte de cargas no país é feito, majoritariamente, por caminhões, um alívio no valor do diesel tende a baratear o custo do frete.
Nos dois primeiros meses do ano, o preço do diesel acumula alta de 5,36% e o da gasolina, 3,40%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA tem acelerado no país. Em fevereiro, o Banco Central (BC) informou que o resultado da inflação nos próximos seis meses, ao considerar o resultado acumulado em 12 meses, deve levar ao descumprimento da meta.
Pela regra vigente no país, o objetivo a ser perseguido é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Com isso, o resultado pode variar entre 1,5% e 4,5%.
Caso esse cenário se confirme, o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, será obrigado a escrever uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar os motivos desse desempenho e que medidas serão tomadas para o IPCA convergir para o intervalo de tolerância.