Economia

Conselho Regional de Economia de SP é a favor da renegociação com o FMI

O governo não deve deixar de negociar com o FMI. A opinião é do Conselho Regional de Economia de São Paulo, que nesta segunda-feira (15/09) apresentou uma análise sobre a condução da política econômica do governo até agora e os passos que deverão ser tomados para que o crescimento econômico aconteça de maneira sustentável. "O […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h57.

O governo não deve deixar de negociar com o FMI. A opinião é do Conselho Regional de Economia de São Paulo, que nesta segunda-feira (15/09) apresentou uma análise sobre a condução da política econômica do governo até agora e os passos que deverão ser tomados para que o crescimento econômico aconteça de maneira sustentável. "O governo tem sim que renegociar com o FMI", afirmou Juarez Rizzieri, membro do conselho. Rizzieri lembrou que as reservas internacionais do país são de pouco mais de 50 bilhões de dólares. Desse montante, cerca de 30 bilhões são provenientes de empréstimos do FMI. "O que temos é uma reserva mixuruca", disse Rizzieri.

Questionados sobre quantos pontos percentuais o Copom (Comitê de Política Monetária) irá cortar da taxa básica de juros, a Selic, nesta quarta-feira (17/09), os economistas afirmaram que o Brasil teria espaço para reduzir até 3 pontos percentuais, mas não fará isso. "É preciso pensar nos 13º salários, nos dissídios e até nos fundos de garantia do governo Collor que estão para ser pagos", afirmou o economista Synésio Batista da Costa, também membro do conselho. "As pessoas estarão com muito dinheiro no bolso e é preciso ser cauteloso". Por isso, os economistas acreditam que o Copom não deverá reduzir a taxa em mais de 2,5 pontos percentuais.

A mesma cautela, afirmam os membros do conselho, deve ser usada na hora de buscar o crescimento econômico. "Estamos com uma janela de oportunidades para realizá-lo, mas a dúvida é se ele acontecerá numa velocidade adequada para que seja sustentável ou se vai ser acelerado e apenas um bolha", afirmou o economista Heron do Carmo.

Para manter distância da bolha seria preciso se contentar com taxas de crescimento moderadas, como de até 3% para o próximo ano. Para que isso aconteça, entretanto, o governo teria que obedecer a alguns mandamentos. Alguns deles têm sido seguidos, como o de baixar os juros com moderação e aproveitar o câmbio favorável para impulsionar as exportações. Uma terceira regra, no entanto, afirmam os economistas, parece estar bem distante da lista de prioridades do governo: a de gastar menos. "Uma política fiscal é essencial para que a coisa funcione, mas isso não parecer estar nos planos do PT até agora", afirmou Rizzieri. "Governo federal, governadores e prefeitos só pensam em ter dinheiro para gastar e agradar aqui e ali".

Os economistas também criticaram a reforma tributária. Para eles, a unificação do imposto sobre circulação de mercadoria e serviços (ICMS) irá simplificar o sistema, mas pode também aumentar a carga tributária. "Alguém duvida que, se tiverem de entrar em acordo, os governadores não optarão pela tarifa maior de 25%?", disse Costa.

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